Uma partida de festa, um favorito absoluto, um adversário preocupado em não ser goleado e uma vaga na final em jogo. Às 15h30 (de Brasília) desta quinta-feira, no estádio Ellis Park, em Johanesburgo, Brasil e África do Sul fazem a segunda semifinal da Copa das Confederações sob condições raras. Os anfitriões jogam sem responsabilidade. A equipe de Dunga, para evitar uma surpreendente eliminação.
A África do Sul passa por um momento único no futebol. Está recebendo o maior torneio de sua história, mostra ao mundo seus primeiros estádios do Mundial de 2010 e irá enfrentar a seleção que mais cativa seu povo. Por isso, mais que uma semifinal, a seleção da casa faz um jogo de festa.
O Brasil já era apontado como "segundo" time dos sul-africanos antes mesmo de desembarcar no país. Após as vitórias sobre Egito (4 a 3), Estados Unidos (3 a 0) e Itália (3 a 0), a empolgação dos torcedores aumentou. Kaká comanda a histeria dos fãs locais. E a maioria do povo sequer almeja uma vitória sobre os pentacampeões.
"Entreguem esse jogo para nós", disse, sorrindo, um funcionário do hotel que hospeda o Brasil. "A África do Sul tem alguma chance de vencer o Brasil?", indagou, irônica, a recepcionista do mesmo local. A maioria dos taxistas, policiais e outros sul-africanos, quando abordados sobre o jogo, têm a mesma opinião: a vitória será dos "visitantes".
Os jogadores brasileiros, porém, tentam não se contagiar com o clima. "Para eles [sul-africanos] é um jogo de festa, mas para nós, não. Temos que jogar bem para ir à final", alertou Ramires. "Eles entram no jogo sem responsabilidade, já alcançaram o objetivo na competição, a semifinal. Nós é que temos muito a perder", emendou Gilberto Silva.
Outro cuidado pregado pela seleção é com Joel Santana. Técnico dos
Bafana Bafana, o brasileiro conhece bem as características da equipe de Dunga e assume ter isso como arma. "O Kaká está atravessando uma grande fase", destacou Joel. "O Ramires entrou muito bem, com personalidade. Já treinei alguns jogadores desse time, como o André Santos", emendou.
Mas apesar de admitir as dificuldades, Joel tem a chance de fazer história no futebol local. Como está pela primeira vez na semifinal de um torneio da Fifa, a seleção sul-africana nunca se aproximou tanto de uma decisão desse porte. "Não ficaremos com medo do Brasil, retrancados. Vamos tentar fazer um bom espetáculo. Nosso time está jogando bem e vai jogar assim de novo", assegurou o comandante.
A ligação entre os dois países ainda vai além. Sede da Copa do Mundo de 2010, a África do Sul já compartilha algumas informações com os brasileiros, responsáveis pela organização do Mundial seguinte, em 2014. O ministro do Esporte, Orlando Silva, por exemplo, viajou ao país para discutir o tema.
Em campo, as duas equipes terão poucas novidades. No Brasil, Dunga não confirma, mas deve mexer apenas na defesa em relação ao time que atropelou a Itália em sua melhor apresentação na Copa das Confederações. Miranda é o favorito para substituir o lesionado Juan. André Santos e Ramires esperam receber nova chance entre os titulares.
Joel Santana, por sua vez, não poderá contar com Sibaya, suspenso, e tem o atacante Bernard Parker como dúvida. Ele é o jogador que mais chutou a gol na primeira fase (dez tentativas). "Ele teve um pequeno problema e passará por revisão no dia do jogo. Se ele não tiver condições, será uma pena para ele e para o nosso time, já que é um atacante muito talentoso", observou o técnico brasileiro.
BRASIL X ÁFRICA DO SULData: 25/06/2009 (quinta-feira)
Horário: 15h30 (de Brasília)
Local: estádio Ellis Park, em Johanesburgo (África do Sul)
Transmissão na TV: Bandeirantes, Globo e Sportv
Árbitro: Massimo Busacca (SUI)
Auxiliares: Matthias Arnet (SUI) e Francesco Buragina (SUI)
BrasilJúlio César; Maicon, Lúcio, Miranda e André Santos; Gilberto Silva, Felipe Melo, Ramires e Kaká; Robinho e Luís Fabiano
Técnico: Dunga
África do SulKhune; Gaxa, Mokoena, Booth e Masilela; Dikgacoi, Tshabalala, Mhlongo, Modise e Pienaar; Parker (Mashego)
Técnico: Joel Santana