Um clássico digno de toda tradição que envolve Liverpool e Everton. Depois de um primeiro tempo eletrizante, apesar de excessivamente violento, os Reds – mesmo com um homem a menos durante a maioria da partida – conseguiram um gol de escanteio no começo da etapa final e venceram o rival por 1 a 0, no Anfield Road, neste sábado. O triunfo no dérbi dá ainda mais moral ao Liverpool, que depois de iniciar uma crise nesta temporada, volta a se reerguer no Campeonato Inglês.

Com a vitória, os Reds ultrapassam o Tottenham – que ainda joga neste sábado – e alcançam o G-4, chegando aos 44 pontos na tabela. A recuperação do Liverpool inclusive pode ser vista nos números de gols sofridos pelo goleiro Reina nas últimas sete partidas: apenas um. Com a derrota, o Everton aumenta ainda mais a marca dos Reds, que não perdem para o rival no Anfield Road desde setembro de 1999.

O brasileiro Lucas comemorou o resultado: “O clássico com o Everton é muito valorizado pelos torcedores e na semana que o antecede só se fala disso na cidade. Conseguimos vencer e segurar o resultado, mesmo jogando com um jogador a menos a maior parte do tempo. O time já vinha se recuperando, mas precisávamos de uma vitória como essa”.

Fábio Aurélio retornou à equipe após se recuperar de uma lesão na panturrilha, mas entrou somente nos acréscimos do segundo tempo, em substituição do técnico Rafa Benítez para ganhar tempo e segurar o resultado. Já um dos principais jogadores do time, o espanhol Fernando Torres (artilheiro do Liverpool na competição com 12 gols), desfalcou a equipe em função de uma lesão no joelho.

As poucas chances reais de gol não impediram que o início do jogo no Anfield Road fosse eletrizante. Totalmente “ligados” na partida, os atletas das duas equipes não tiraram os pés das divididas e tornaram o clássico ainda mais quente, inclusive com algumas jogadas de pura violência. A pancadaria fez com que o árbitro chamasse os dois capitães, Gerrard e Neville, para uma conversa sobre o excesso de faltas e a imprudência dos jogadores.

A atitude do juiz veio justamente após um forte choque entre o zagueiro Kyrgiakos, do Liverpool, e o meio-campo Fellaini, do Everton. Quem levou a pior foi o jogador do Liverpool, que recebeu cartão vermelho pela entrada e deixou sua equipe com um homem a menos. Em compensação, Fellaini não resistiu à contusão e precisou ser substituído. As grandes oportunidades do primeiro tempo apareceram somente nos minutos finais.

Do lado do Liverpool, Steven Gerrard cobrou falta da meia-lua - que ele mesmo havia sofrido - e carimbou o travessão. Em resposta rápida do Everton, Donovan cruzou da direita e Mascherano errou a cabeçada, dando um presente para Cahill que, sozinho, cabeceou sobre o gol. A violência diminuiu no segundo tempo e, mais “preocupadas” em jogar bola, as duas equipes criaram boas chances logo nos primeiros minutos.

E quem abriu o placar no Anfield foi o Liverpool, mesmo com um jogador a menos. Depois de cobrança perfeita de escanteio de Gerrard, Kuyt apareceu entre os zagueiros dentro da pequena área e cabeceou para as redes. De tanto correr na etapa inicial, os jogadores de ambas as equipes demonstraram certo cansaço após a metade do segundo tempo.

O Liverpool soube administrar a tentativa de pressão do Everton no final e levou a melhor no clássico da cidade, que quase terminou em pancadaria após entrada forte de Gerrard em Pienaar. Heitinga chegou para tumultuar ainda mais e o tempo quase fechou no Anfield Road. Gerrard e Anichebe receberam apenas cartão amarelo e o jogo seguiu, até Reina salvar o Liverpool duas vezes e garantir a vitória. No minuto final, Pienaar acertou Gerrard e ainda foi expulso.