A Colômbia negou, nessa quinta-feira, permissão para que os clubes mexicanos classificados às oitavas-de-final da Copa Libertadores, San Luis Potosí e Chivas Guadalajara, possam mandar os seus jogos em Bogotá. A decisão foi tomada pela secretaria de saúde da cidade, temendo uma propagação da gripe suína, que teve início no México.

Rival do Chivas nesta etapa do torneio, o São Paulo ainda terá que esperar que o local da disputa da partida, marcada para 6 de maio, seja confirmado. "Acho que a decisão sai hoje, porque é preciso montar toda a rodada. Acredito também que a Conmebol vai fazer uma consulta à cidade que escolher antes de divulgar para que não se repita o que aconteceu com Bogotá", opinou o diretor de futebol João Paulo de Jesus Lopes.

Essa é a mesma posição adotada pela Federação Mexicana de Futebol. O site da Conmebol ainda divulga que os confrontos que envolvem os mexicanos serão realizados na Colômbia, e jornais mexicanos especulam que Santiago pode ser uma opção para ser sede.

A decisão de tirar os jogos do México, tomada pela entidade nessa quinta-feira, levou em conta os recentes casos de gripe suína no país. No entanto, em entrevista coletiva, o sub-secretário de saúde de Bogotá, Juan Varela, descartou a possibilidade de a cidade sediar as partidas.

"A nossa decisão foi tomada a partir da recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Não queremos receber os jogos porque estamos no estágio número cinco da pandemia. A OMS diz que não podemos ter eventos que reúnam mais de 40 pessoas, quando um país de origem do vírus está envolvido", disse Varela.

"Infelizmente, esses times vêm de um país que se enquadra no caso, e estamos seguindo uma recomendação", completou Varela. A Conmenbol havia confirmado que o San Luis e o Chivas iriam mandar suas partidas no estádio El Campín, que normalmente abriga os jogos da seleção colombiana, em Bogotá.

A decisão, porém, foi criticada pelo vice-presidente da Federação Colombiana de Futebol, Ramón Jesurún. "É uma medida populista, pois estamos falando de delegações que não terão mais de 30 pessoas cada. São esportistas de alto nível e sadios. É diferente de uma permissão da chegada de quatro voos diários do México, que podem trazer mais de 700 pessoas", disparou o dirigente em entrevista ao jornal colombiano El Tiempo.

Os jornais mexicanos também lamentaram a decisão da secretaria de saúde de Bogotá. "San Luis Potosi à deriva" foi a manchete do jornal Pulso, da cidade de um dos clubes envolvidos, enquanto o El Occidental, de Guadalajara, publicou: "Chivas e San Luis sem casa na Libertadores".

A mesma publicação de Guadalajara ainda informou que a cidade de Santiago, no Chile, já é uma opção estudada pelos clubes mexicanos, mesma hipótese dada pelo El Sol, de San Luis Potosí. Já a publicação El Informador, de Guadalajara, informa que o Chivas cogita levar o jogo com o São Paulo para a Costa Rica ou os EUA, sendo que Los Angeles teria a preferência no país da América do Norte.

A equipe de Guadalajara, mais popular do México, chegou a elogiar a decisão de poder jogar na Colômbia. "Há muitos mexicanos na Colômbia e por isso nós seríamos como locais. Esperamos que todos os mexicanos que moram lá nos apoiem", explicou o jogador Patricio Araújo.

O San Luis, que irá enfrentar o Nacional-URU, não gostou da medida. "Não estou de acordo, porque propusemos jogar primeiro como visitante e esperar 15 dias para ver se poderiam nos visitar", disse o presidente do clube, Eduardo Del Villar. A equipe mexicana terá o mando na partida de ida, também definida para o dia 6 de maio.

* Colaborou Carlos Padeiro e agências internacionais, atualizada às 11h53