Adversário do São Paulo nas oitavas de final da Libertadores, o mexicano Chivas não tem jogador com a gripe suína - que se espalhou por 13 países com dez mortes, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). Mas sua participação no torneio continental sofre entraves e polêmicas por conta da doença que assola o México.
O local do primeiro confronto do time paulista - e até seu rival no jogo - tornaram-se uma incógnita, sem definição até as 19h desta sexta-feira.
A Conmebol estudava duas possibilidades. Uma delas era marcar as duas partidas para o Brasil. "A CBF está negociando a autorização com representantes do governo brasileiro", afirmou o assessor de imprensa da Conmebol, Nestor Benítez. "Ainda teria de haver uma aprovação dos mexicanos."
Outra alternativa era alterar a tabela. Desta forma, os mexicanos do Chivas e do San Luis, classificados à segunda fase, passariam a se enfrentar. Neste caso, o São Paulo teria um novo adversário. No momento, o San Luis pega o Nacional, do Uruguai, que vive o mesmo dilema do clube brasileiro.
"Não acho legal se houver mudança. Teve uma classificação que levou a isso", afirmou o diretor de futebol do São Paulo, João Paulo de Jesus Lopes. "Para o técnico, o importante é saber o time que enfrenta. O resto é ruim pela logística", explicou Muricy, mais cedo.
A indefinição surgiu quando a Conmebol proibiu a realização da primeira partida no México, país mais afetado pela gripe suína. Marcou-a para a Colômbia, mas o governo vetou.
A segunda opção era o Chile, que também não aprovou. Até porque o país já sofreu com polêmicas na passagem do Chivas por Viña del Mar, palco do confronto contra o Everton.
Antes do confronto, jogadores mexicanos sentiram-se discriminados ao andar nas ruas de Viña del Mar, de uniforme.
"Todos tapavam a boca ao nos ver", contou o meia Pineda. "É uma espécie de discriminação e até de racismo", acrescentou o zagueiro Reynoso.
Eles ressaltaram que foram examinados em seu país e que não estavam doentes. Durante o jogo, Reynoso começou a tossir e assoar o nariz em cima do atacante Penco, do Everton, para intimidá-lo. Houve repercussão negativa no Chile.
Nesta sexta-feira, o zagueiro pediu desculpas, mas disse que foi ofendido pelos chilenos, que o acusavam de estar contaminado.
Pela manhã, o técnico Muricy Ramalho classificou a atitude de Reynoso como 'ridícula'. "Está mexendo com algo muito sério", disse o treinador, que estava gripado.
Mas, no próprio México, o Chivas já tomou precauções quando foi jogar contra o Pumas, na capital do país, um dos locais com mais infectados pela gripe suína. Um médico os orientou a ficar mais no hotel, evitar contato com funcionários e até de dar autógrafos.
Jogadores com dor de garganta e outras doenças não viajaram. E há fotos no site do time de atletas com máscaras.
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