Ser uma das 12 sedes da Copa do Mundo de 2014 não é garantia para essas cidades de que elas hospedarão todos os torcedores das seleções que ali jogarão. A advertência foi feita, nesta terça-feira, pelo executivo Paul Whelan, diretor da Match Services, empresa credenciada pela Fifa para serviços de hospedagem, durante o evento "BH Copa 2014 - Desafios e Oportunidades para Minas Gerais", promovido pela Fundação Dom Cabral, neste município.
"Não existe mais o conceito de cidades que hospedam chaves inteiras. As seleções jogam em mais de uma cidade, e isso muda o planejamento do Turismo", revelou Paul Whelan, a uma platéia formada por empresários mineiros, atraídos por possibilidades de negócios com a realização da Copa do Mundo no Brasil.
Ele observa que essa nova característica valoriza ainda mais a correta preparação das cidades-sedes. "Se a sede não estiver preparada, os torcedores ficam fora, em outras cidades, e vêm apenas para o dia do jogo. Eu garanto que essas outras cidades estarão interessadas nisso. Com isso, a sede perde oportunidades de turismo e geração de renda", comentou.
Para Paul Whelan, não há como se controlar o destino dos jogos. "Por isso, todas as cidades devem estar preparadas para todas as situações. São muitos jogos, e nem todos serão Brasil e Argentina. Podemos ter, como tivemos agora na Copa das Confederações, um jogo entre Iraque e Nova Zelândia, afirmou, em tom descontraído, o especialista.
Apesar do tom de advertência em boa parte de sua palestra, Paul Whelan destaca que uma Copa do Mundo gera oportunidades de negócios antes, durante e depois do evento.
"As cidades recebem diversos outros eventos, como workshops, encontro de patrocinadores, entre outros. Esse processo começa muito antes da Copa em si, e vão ainda além. Então são muitas as oportunidades de negócios", ressaltou Paulo Whelan.
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, destaca a importância de se ficar atentos às possibilidades de negócios. "Todos nós do comitê organizador e governos sabemos que os empresários devem estar atentos à oportunidades. O surgimento de bons negócios nesse tipo de evento é natural. Isso tem acontecido em todas as Copas. Todos esses desafios se apresentam como oportunidades"
O prefeito Márcio Lacerda considera que a situação de Belo Horizonte não é ruim em relação à hospedagem. "Nós temos aqui no entorno de Belo Horizonte cerca de 24 mil leitos. Não é uma situação assim tão ruim. Mas precisamos de mais hotéis de categoria A, e é o que a gente está focando agora na questão dos incentivos", revelou.
"Já temos incentivos de ISS, e vamos abrir, com a aprovação da Câmara, incentivos na licença de edificação, e vamos ver se o governo do estado consegue a liberação também do ICMS na construção", acrescentou
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