O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) irá emprestar R$ 400 milhões ao Governo do Estado da Bahia para o processo de demolição, reconstrução, manutenção e operação do estádio da Fonte Nova, interditado há dois anos após o acidente que matou sete torcedores do Bahia, no empate por 0 a 0 com o Vila Nova-GO, pelo octogonal final da Série C.

O financiamento cobre 75% dos R$ 450 milhões previstos para a remodelação da Nova Fonte Nova e tem prazo de três anos de carência e 12 anos para pagamento, após carência.

A decisão foi tomada nesta terça-feira, durante reunião interministerial com representantes do Estado da Bahia e da cidade de Salvador, que contou com a participação do governador Jaques Wagner e do prefeito João Henrique.

"O orçamento básico vai ser de R$ 600 milhões, caindo para R$ 550 milhões com as isenções de impostos. Como a exigência da Fifa para a cobertura do estádio se restringe aos jogos de abertura e final da Copa, teremos um decréscimo de R$ 100 milhões. Portanto estamos falando de R$ 450 milhões, dos quais o Governo Federal vai financiar 75%. O resto é dinheiro nosso ou da iniciativa privada", declarou o governador.

Além do estádio, foi definida uma tomada de financiamento de R$ 550 milhões para o projeto básico de mobilidade urbana. O repasse para a construção do corredor estruturante que vai ligar o Aeroporto de Salvador até a Estação de Transbordo do Metrô, acesso Norte, saírá do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e terá a Caixa Econômica Federal como agente financeiro. O prazo de carência do financiamento será de 48 meses e 20 anos para amortização.

"O projeto da Nova Fonte Nova é uma PPP, o edital já está na rua os envelopes vão ser abertos dia 4 de dezembro", lembrou Wagner, para quem o projeto de construção da Arena Salvador, parceria entre a LusoArenas, o Bahia e o Vitória anunciada nesta segunda-feira, não interfere no projeto da Nova Fonte Nova.

"Vou deixar bem claro o que tenho dito para todos: meu objetivo é ter em Salvador uma arena nivel Fifa para a Copa de 2014. Eu estava trabalhando com o que eu tinha e quero aproveitar a Fonte Nova senão ela vai virar um cemitério de concreto", observou.

"Os clubes preferem ter uma área particular e me consultaram para saber se eu tinha alguma objeção. Eu disse que não tenho, mas fui bem claro a eles que não cabe numa cidade como Salvador ter quatro estádios de futebol", disse, referindo-se ainda ao Pituaçu e ao Barradão.

Mas ao contrário do que disse à reportagem do UOL o secretário para Assuntos da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014, Ney Campello, a viabilidade da Arena Salvador pode sim, determinar a extinção do projeto Nova Fonte Nova.

"No dia em que eles chegarem e me mostrarem que essa Arena está preparada para a Copa do Mundo eu paro com a Fonte Nova, não vou precisar gastar R$ 450 milhões. Posso dar uma outra destinação, criar ali uma área olímpica, por exemplo" admite. "Mas enquanto isso não acontecer eu não vou parar com nada porque até agora só me falaram de um projeto, naõ me mostraram de quem é o lastro finaceiro nem a carta-fiança. Eu prefiro ter um estádio na mão do que dois voando".