Harry Been, chefe da proposta Holanda-Bélgica, gostaria de ver Copa no Uruguai e na Argentina
Com duas candidaturas conjuntas, a Copa do Mundo de 2018 poderá repetir o exemplo de Coreia do Sul e Japão em 2002 caso Portugal-Espanha ou Holanda-Bélgica seja escolhida pela Fifa no dia 2 de dezembro. Trata-se de uma tendência que deveria ser seguida também pelos países da América do Sul.
Pelo menos essa é a opinião de Harry Been, diretor holandês da proposta de Bélgica e Holanda para a Copa do mundo de 2018. “Estamos dando um exemplo ao mundo. Outros países da América do Sul também poderiam fazer uma Copa conjunta”, disse ele durante um evento promovido pela candidatura para inaugurar um campo da Fundação Cruyff na Zona Leste de São Paulo.
O dirigente considerou que o Brasil não precisaria da ajuda de outro país por já ter tamanho mais do que suficiente, mas citou os países vizinhos como sedes em potencial. “Uma Copa do Mundo no Uruguai seria ótimo, mas é um país muito pequeno e não conseguiria organizar o torneio sozinho. Se eles fizessem junto com a Argentina, seria fantástico. Acho que seria encantador”, avaliou.
“Chile e Venezuela também poderiam se juntar a outros países”, continuou Been. Para ele, uma Copa realizada em dois países não é sinônimo de dificuldade de logística. Por isso, citou o Brasil e os desafios internos para o transporte entre as sedes, e destacou o que seria uma vantagem da sua candidatura: distância máxima de 300 km entre um estádio e outro.
“No nosso caso, é uma grande vantagem. Mas esse é um problema que pode ser resolvido. O Brasil está acostumado a lidar com grandes distâncias, mas isso pode ser solucionado também no conceito do torneio, se colocar um grupo para jogar apenas em uma região, e assim por diante”, explicou Harry Been.
O chefe da candidatura europeia admitiu que a Copa do Mundo de 2014 no Brasil servirá de exemplo. Não exatamente no aspecto da organização: “Compartilhamos o amor, a paixão e a admiração do Brasil pelo futebol. Então esse é o melhor exemplo que temos para seguir. Esperamos que em 2018 possamos dar o próximo passo, que muitos brasileiros possam vir torcer para que a gente os receba em um grande evento de futebol”.
“Vimos o quanto esse país ama o futebol, e conosco é exatamente a mesma coisa. Na Eurocopa na Suíça, em Berna, tínhamos 10 mil lugares, mas havia 15 mil holandeses fora do estádio curtindo o jogo. São países que têm o mesmo sentimento pelo futebol. Tudo gira em torno do futebol”, acrescentou o dirigente.
A candidatura de Holanda e Bélgica não é vista como uma das favoritas para ganhar a sede da Copa de 2018. Afinal, Espanha-Portugal e Inglaterra já têm seus estádios construídos e não precisarem de reformas. A Rússia também está na disputa.
Harry Benn disse acreditar em uma escolha baseada em critérios, e não pelo tráfico de influência revelado pelo escândalo na cúpula da Fifa. “Não sei [se pode afetar]. Espero que não. É um problema da Fifa, vimos que dois membros já foram suspensos. Está com eles, não nos diz respeito, e precisamos focar no nosso próprio trabalho”, despistou.
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