03/12/2010 - 17h21

Por causa da morte de torcedor em BH, torcidas organizadas são suspensas

Do UOL Esporte

Em Belo Horizonte

Por envolvimento em um conflito na noite do último sábado, em frente à casa de shows Chevrolet Hall, na Zona Sul da capital mineira, que resultou na morte de Otávio Fernandes, de 19 anos, as torcidas Galoucura, Máfia Azul e Pavilhão Independente foram suspensas por 120 dias por determinação do Ministério Público de Minas Gerais. A "medida educativa já estará valendo na rodada final do Brasileiro, neste domingo, quando o Cruzeiro recebe o Palmeiras, em Sete Lagoas, e o Atlético-MG visita o São Paulo, na capital paulista.

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Dessa forma, a maior torcida do Atlético-MG, a Galoucura, e as outras duas ligadas ao Cruzeiro, Máfia Azul e Pavilhão Independente, estão proibidas de entrarem em qualquer estádio em Minas e também em outros estados, portando bandeiras, instrumentos destinados à bateria ou charanga, e faixas de qualquer natureza que possam identificar a torcida e o “conhecido bandeirão”, de acordo com a portaria do Ministério Público.

As três facções de torcidas organizadas, suspensas de forma preventiva, estão impedidas também de distribuir qualquer tipo de material que possa ser usado como divulgação, para impedir, ainda que de forma indireta, que se possa fomentar a violência. De acordo com o Ministério Público, não está vetada o acesso aos estádios com camisas que identificam as organizadas.

A decisão foi tomada em audiência pública, nesta sexta-feira, na sede da 14ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Belo Horizonte. O evento contou com as presenças do promotor José Antônio Baeta de Mello Cançado; do coronel Antônio de Carvalho Pereira, comandante do Batalhão de Polícias de Eventos, do procurador Luiz Alberto de Rezende, da Ordem dos Advogados do Brasil, representando a comissão de Monitoramento da Violência em Eventos Esportivos em Minas Gerais e dirigentes das três organizadas punidas.

De acordo com o Termo de Audiência, assinado por todos os presentes, incluindo os representantes das torcidas organizada, as autoridades ali reunidas manifestaram preocupação com os desdobramentos do conflito de sábado passado, “em especial com os sites da internet, em que se prometem revanches e/ou ajustes de contas”.

A suspensão, classificada como “medida educativa” pelo Ministério Público foi tomada em função da gravidade dos fatos, que geraram a morte de um torcedor do Cruzeiro e deixaram outros dois gravemente feridos. Além dessa medida adotada, foi determinado às três torcidas organizadas que encaminhem ao Ministério Público, até a próxima terça-feira, dia 7 de dezembro, o cadastro de seus integrantes, o que já deveria ter acontecido.

O Termo de Audiência, publicado no site oficial da Federação Mineira de Futebol (FMF), determina ainda que a medida cautelar que tem validade por 120 dias, ficará automaticamente prorrogada até que as organizadas enviem ao Ministério Público os atos constitutivos devidamente regularizados e o cadastro de seus integrantes devidamente atualizados.

Cópia desta ata foi enviada ao Batalhão de Choque do Estado de São Paulo, aos cuidados do tenente-coronel Carlos Celso Castello Branco Savioli, solicitando auxílio para cumprimento da medida educativa. Neste domingo, às 17h, no Morumbi, haverá jogo entre São Paulo e Atlético-MG. O Ministério Público mineiro explica que não está proibida a entrada de torcedores com camisas que identificação as organizadas, mas sim os apetrechos descritos acima.

O conflito que resultou na morte de Otávio Fernandes, de 19 anos, e que deixou outros dois torcedores cruzeirenses feridos, ocorreu durante evento de vale-tudo, o 3º MMA Fight Brasil, na noite de sábado. A morte de Otávio Fernandes foi a nona ocorrida em confrontos de torcedores em Minas Gerais desde 2004. Dessas, sete foram longe dos estádios.