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'Asiáticos' ficaram fora de seleção, mas dá para montar time forte com eles

Glyn KIRK/AFP
Imagem: Glyn KIRK/AFP

Raphael Evangelista

Colaboração para o UOL

02/03/2019 04h00

Você deve ter visto, nesta semana, que o técnico Tite convocou a seleção brasileira para os amistosos contra Panamá e República Tcheca, que acontecem em março. Diferentemente do que andávamos acostumados, não há nessa nova lista de convocados nenhum jogador brasileiro que atua no futebol asiático, que tanto anda levando talentos de nosso país.

Pensando nisso, montamos uma seleção juntando apenas jogadores que jogam atualmente na Ásia para que você tente comparar a seleção brasileira atual. Confira:

G: Marcelo Grohe (Al Ittihad/ARS)

Marcelo Grohe - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução
Grohe foi um dos heróis do título do Grêmio na Libertadores de 2017. Revelado na base do tricolor gaúcho, conquistou ainda a Copa do Brasil de 2016 e a Recopa Sul-Americana de 2018. O goleiro chegou a ser convocado para seleção brasileira na época de Dunga, mas não teve tanta sequência. Recém-contratado pelo Al Ittihad, da Arábia Saudita, ainda não estreou devido a uma lesão no punho e só deve voltar a campo no segundo semestre.

LD: Elsinho (Shimizu S-Pulse/JAP)

Elsinho, lateral - J.League/Reprodução  - J.League/Reprodução
Imagem: J.League/Reprodução
O rondoniense Elsinho foi um dos destaques do bicampeonato japonês do Kawasaki Frontale em 2017 e 2018, além de ter sido premiado como o melhor lateral direito da J. League em 2018. No início deste ano, ele se transferiu para outra equipe japonesa, o Shimizu S-Pulse. No Brasil, teve passagens discretas por CRB (2012), Figueirense (2012), Vasco da Gama (2013) e América-MG (2013 a 2014), entre outros clubes.

Z: Bruno Uvini (Al Nassr/ARS)

Bruno Uvini - Reprodução/Instagram  - Reprodução/Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram
Bruno Uvini começou com uma promessa no São Paulo e por isso chamou a atenção cedo de clubes do futebol europeu. Com fama de ser muito técnico, logo seria parte das seleções de base. Foi campeão mundial sub-20 em 2011 e medalha de prata com a seleção nos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres, mesmo ano em que se transferia para o Napoli. Não deu tão certo na Itália e acabou sendo emprestado várias vezes, inclusive para o Santos, em 2014. Desde 2017 ele joga na Arábia Saudita defendendo o Al Nassr.

Z: Gil (Shandong Luneng/CHN)

Zagueiro Gil, Shandong Luneng - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação
O torcedor do Corinthians certamente concorda com a presença do zagueiro Gil nessa lista. Foi pelo time paulista que ele teve o maior destaque de sua longa carreira, onde venceu o Campeonato Brasileiro de 2015, sendo considerado um dos melhores zagueiros do Brasil na temporada. Na seleção, Gil teve poucas oportunidades, mas chegou a fazer parte da seleção que venceu o Superclássico das Américas em 2014 sob o comando de Dunga. Desde 2016, Gil atua pelo Shandong Luneng.

LE: Euller Silva (Al Shabab/ARS)

Euller Silva - Hiroki Watanabe/Getty Images - Hiroki Watanabe/Getty Images
Imagem: Hiroki Watanabe/Getty Images
Euller Silva começou sua carreira no Vitória, onde ficou por quatro anos (2013 a 2017). Durante essa passagem, recebeu convocações para seleções brasileiras de base, tendo como destaque uma medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de 2015, em Toronto (Canadá). Desde 2017, joga na Ásia, onde teve uma curta passagem pelo Avispa Fukuoka, do Japão, antes de ir parar no Al Shabab, da Arábia Saudita, desde o começo deste ano.

V: Paulinho (Guangzhou Evergrande/CHN)

Paulinho, no Guangzhou Evergrande - Liga Chinesa - Liga Chinesa
Imagem: Liga Chinesa
Paulinho foi gigantesco no Corinthians, campeão do Brasileirão, da Libertadores e do Mundial de Clubes. Teve uma passagem curta pelo Tottenham. No Guangzhou Evergrande, repetiu o sucesso do Timão e conquistou de tudo, inclusive a Liga dos Campeões da Ásia, desde sua chegada. Foi então para o Barcelona, onde fez uma boa campanha, ganhou uma liga espanhola. Em 2018, acertou sua volta para o clube chinês. Paulinho era um dos nomes fortes de Tite que fez bonito nas eliminatórias para a Copa de 2018, mas não conseguiu ajudar a conquistar o tão sonhado hexa.

V: Ramires (Jiangsu Suning/CHN)

Ramires Jiangsu Suning - VCG/Getty Images - VCG/Getty Images
Imagem: VCG/Getty Images
Ramires apareceu no Brasil jogando pelo Cruzeiro, mas foi na Europa que brilhou. Jogou muita bola no Benfica e chamou a atenção do milionário Chelsea, onde ele foi o motorzinho do time que levantou muita taça - em especial a Champions de 2011/2012. Ramires esteve nas Copas de 2010 e 2014 atuando com a seleção. Desde 2016, joga pelo Jiangsu Suning, mas os rumores de sua saída são constantes desde o meio do ano passado.

M: Oscar (Shanghai SIPG/CHN)

Oscar, Shanghai SIPG - Masashi Hara/Getty Images - Masashi Hara/Getty Images
Imagem: Masashi Hara/Getty Images
Talvez você lembre mais do Oscar por ter marcado o gol de honra do Brasil no 7 a 1 da Copa de 2014, mas ele teve também grandes momentos na seleção brasileira. Foi campeão sul-americano e mundial pelas seleções de base e também medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 2012. Nos clubes, começou no São Paulo, mas depois de uma encrenca jurídica foi parar no Internacional, onde chamou a atenção do Chelsea. Na Inglaterra, teve uma boa passagem, levantando uma Liga Europa nos quatro anos em que esteve lá. Chegou curiosamente na China em 2017, quando pensavam que ele se transferiria para outro clube europeu. Por lá conquistou uma liga chinesa, além da Copa da China.

M: Renato Augusto (Beijing Guoan/CHN)

Renato Augusto, Beijing Guoan - Divulgação/Assessoria de imprensa - Divulgação/Assessoria de imprensa
Imagem: Divulgação/Assessoria de imprensa
Renato Augusto começou como uma promessa no Flamengo e, logo nos primeiros jogos como profissional, ajudou o clube a vencer uma Copa do Brasil em cima do Vasco, em 2006. Teve uma boa passagem na Gávea e foi vendido para o Bayer Leverkusen, mas não repetiu o bom desempenho. Em 2013, chegou ao Corinthians e teve uma passagem muito boa, sendo um dos principais nomes nas conquistas do Paulista e da Recopa daquele ano, além do Brasileiro de 2015. Desde 2016, está na China, onde acabou sendo convocado para disputar a Olimpíada do Rio de Janeiro e conquistar a inédita medalha de ouro. Também foi fundamental na reconstrução da seleção na era Tite e fez parte da seleção na Copa de 2018.

A: Jô (Nagoya Grampus/JAP)

Jô, Nagoya - Divulgação/nge_official - Divulgação/nge_official
Imagem: Divulgação/nge_official
Jô dispensa apresentações. Se você acompanhou o Campeonato Brasileiro de 2017, quando marcou 18 gols e dividiu a artilharia com Henrique Dourado, do Fluminense, sabe que é um nome forte na briga pela vaga de homem-gol. Já teve fama de baladeiro, mas é um atacante muito competente. Na edição 2018 da J. League, foi novamente o artilheiro, com 28 gols, e ajudou o Nagoya Grampus a fugir do rebaixamento - o time foi o 15º colocado entre os 18 times do certame.

A: Hulk (Shanghai SIPG/CHN)

Hulk, Shanghai - Johannes Eisele/AFP - Johannes Eisele/AFP
Imagem: Johannes Eisele/AFP
E o Hulk poderia facilmente ser o capitão dessa seleção por dois motivos. Primeiro: por ser um bom atacante. Foi durante muito tempo esperança de gols da seleção principal em Copas do Mundo e um dos jogadores mais caros do planeta. Ele sabe jogar bola. Segundo: por sua carreira extensa jogando no futebol asiático. Hulk começou no Vitória, mas logo cedo foi parar no Japão, onde jogou por três equipes antes de ir para o Porto (Porto). Lá, ficou mais conhecido do torcedor brasileiro. Na China desde 2016, o paraibano já ganhou um campeonato chinês e uma Supercopa.

TÉC: Oswaldo de Oliveira

Oswaldo de Oliveira aponta -  Ernesto Rodrigues/Folhapress  -  Ernesto Rodrigues/Folhapress
Imagem: Ernesto Rodrigues/Folhapress
E o novo técnico dessa seleção é o senhor... Oswaldo de Oliveira, o irmão do senhor Waldemar. Mas antes disso, um baita técnico que hoje está no Urawa Reds, mas que já foi gigantesco em outro clube japonês, o Kashima Antlers, em que foi tricampeão da J. League, bicampeão da Copa do Imperador e ganhou muitos outros títulos. No Urawa, levantou recentemente o seu terceiro título da Copa do Imperador no final de 2018. Pra quem não se lembra, Oswaldo também foi campeão brasileiro e Mundial pelo Corinthians em 1999 e 2000, respectivamente, e dirigiu um grande número de clubes no Brasil em sua vitoriosa carreira.

E os reservas?

Uma seleção completa precisa também de um banco de respeito. E lá na Ásia não falta material para isso. Entre os nomes que poderiam integrar esse grupo, dá para mencionar:

  • Thiago Martins, zagueiro do Yokohama Marinos (Japão), que teve passagem recente pelo Palmeiras
  • João Schmidt, volante que atua no Nagoya Grampus (Japão), que recentemente jogava pelo São Paulo
  • Petros, volante que defendeu São Paulo e Corinthians e que hoje está atuando no Al-Nassr (Arábia Saudita)
  • Giuliano, meia ex-Internacional e Grêmio, também no Al-Nassr (Arábia Saudita)
  • Alexandre Pato, atacante do Tiajin Tianhai (China)
  • Elkeson, atacante do Shangai SIPG (China)
  • Leandro Damião, que acabou de ir para o Kawasaki Frontale (Japão)

Dá para encarar?