Indignados. Foi assim que os advogados que cuidam do caso Richarlyson receberam o arquivamento da queixa-crime do jogador contra José Cyrillo Jr., diretor administrativo do Palmeiras. Mais do que o fato de arquivar o caso envolvendo insinuações homossexuais, os representantes do meio-campista são-paulino ficaram inconformados com a argumentação usada pelo juiz e decidiram agir, pedindo o afastamento do magistrado do processo.
Diante disso, Renato Salge e Paulo César Ferreira, advogados do meio-campista, acionaram o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para pedir uma atitude contra Junqueira Filho. "Ao tomarmos conhecimento da sentença, procuramos a Ordem dos Advogados do Brasil e não conseguimos uma audiência. Então, fizemos uma reclamação no CNJ, que já se posicionou pedindo uma explicação do juiz e decidiu pelo seu afastamento. Agora não cabe mais a nós fazer algo, e sim ao CNJ", disse Paulo César Ferreira. "Recebemos a sentença como qualquer um que a leu, com muita indignação, principalmente por se tratar de um representante do Estado. Ele agiu de maneira pessoal, com uma extrema carga de homofobia e intolerância", acrescentou o advogado. De acordo com Ferreira, Junqueira Filho, agora, tem 15 dias para se justificar diante do CNJ. Após a defesa do juiz, o CNJ irá tomar uma decisão a respeito do caso. Segundo o artigo 77 do regimento interno da entidade, "cabe ao Ministro-Corregedor propor ao Plenário do Conselho o arquivamento, a aplicação das penalidades de advertência ou suspensão, ou a instauração de processo disciplinar". O Parágrafo Único deste artigo acrescenta que "instaurado o processo disciplinar, ou no curso dele, o Plenário do Conselho poderá afastar o magistrado ou servidor das suas funções, sem prejuízo dos vencimentos e das vantagens, até decisão final". O caso envolvendo Richarlyson e José Cyrillo Jr. começou quando, questionado se no Palmeiras havia um jogador homossexual, o dirigente alviverde citou o nome do meio-campista, dizendo que ele quase vestiu a camisa da equipe do Palestra Itália. *Colaborou Carlos Padeiro |