A partir de agora os aficionados por futebol poderão mostrar o amor pelo clube que torcem até mesmo após sua morte. Pelo menos é isso o que visa o novo projeto desenvolvido pelo Espanyol-ESP, divulgado nesta quinta-feira, para a criação de um cemitério que irá abrigar as cinzas de até 20 mil torcedores dentro do seu próprio estádio.

"Os clubes de futebol hoje em dia não dependem tanto dos seus resultados quanto do elo sentimental que constroem com seus fãs", explicou o diretor geral do clube catalão Pedro Tomas ao diário Marca.

O projeto fará parte das instalações do novo estádio Cornellà-El Prat, com previsão para ser inaugurado em novembro deste ano e ser utilizado pelo time no lugar do Olímpico de Montjuic. O espaço para a colocação das urnas com as cinzas ocupará mil metros quadrados ao longo de três andares em uma seção lateral do empreendimento do Espanyol.

Na verdade, o cemitério dos torcedores funcionará como uma extensão do museu do clube e será coberto por pinturas e fotografias com imagens da equipe catalã. Aqueles que desejam garantir uma das urnas disponíveis precisam desembolsar o valor de 4 mil euros, pouco mais de R$10 mil, por um período de 15 anos.

Segundo informações divulgadas pelo Marca, cerca de 30% dos cidadãos espanhóis têm o desejo de serem incinerados após sua morte, o que anima os dirigentes do Espanyol. Eles esperam lucrar 4,5 milhões de euros para o clube, cerca de R$11 milhões, com a venda dos lotes no primeiro período, até 2023.

O Boca Juniors-ARG já idealizou um projeto semelhante. O popular clube de Buenos Aires criou um cemitério para seus torcedores em 2006 com capacidade de 3 mil sepulturas em um local sediado 30 km ao sul da capital argentina.