Apresentado oficialmente pelo Atlético-MG nesta quarta-feira, o técnico Emerson Leão disse, em entrevista coletiva, que a responsabilidade será maior nesta terceira passagem à frente do time mineiro. Segundo o treinador, a cobrança se dará principalmente pela expectativa não confirmada em cima da temporada 2008, em que o clube comemorou o centenário.

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"Eu acho que a dificuldade vai existir, dizer que infelizmente tudo que se esperava de 2008 não aconteceu, e em 2009 tem de acontecer. Voltamos pela terceira vez, com mais responsabilidade e com dever a cumprir e etapas para conquistar", observou Leão, que assinou contrato por uma temporada com o Atlético.

O treinador dirigiu o time mineiro, pela primeira vez, entre 1997 e 1998. A segunda passagem foi no Campeonato Brasileiro do ano passado, em que o Atlético corria risco de ser rebaixado à Série B. Sob comando de Leão, a equipe terminou em oitavo lugar na competição e ficou invicta nas dez rodadas restantes.

"Pela terceira vez a satisfação é a mesma da primeira (passagem), só que a responsabilidade é muito maior do que a primeira, mesmo você falando que naquela oportunidade (segunda passagem) nós corríamos para não cair e agora nós temos uma preparação para fazer", afirmou o ex-goleiro.

Leão esperava dar continuidade ao trabalho no Atlético, mas não houve acordo com a diretoria anterior, comandada por Ziza Valadares, e não renovou o contrato para ficar em 2008. O treinador, que estava trabalhando no futebol árabe, retornou recentemente ao Brasil. O acerto com o clube mineiro ocorreu no domingo passado, em reunião com presidente Alexandre Kalil.

"Voltei relativamente rápido, primeiro eu não esperava sair, depois eu não esperava voltar tão rápido porque eu estava tão longe, no deserto e eu voltei mais cedo. O relacionamento que eu tenho com o clube é um relacionamento que já vem aumentando a cada dia, não só em termos de satisfação de trabalho, mas em termos de reconhecimento um para com o outro", ressaltou o treinador.

O seu retorno rápido ao comando do Atlético-MG fez Leão rever seus planos pessoais para o final do ano. Ele havia planejado passar a festa de reveillon em Dubai, nos Emirados Árabes, mas decidiu adiar a programação por um ano e ficará no Brasil mesmo. O treinador, que veio de carro para Belo Horizonte, retorna a São Paulo, nesta quinta-feira. Ele estará novamente na capital mineira em 4 de janeiro, um dia antes da reapresentação do elenco na Cidade do Galo, em Vespasiano.

Leão acredita que nem mesmo a empatia com a torcida diminui a responsabilidade em sua terceira passagem pelo clube. "Tenho uma empatia muito grande, mas isso trás uma responsabilidade maior. A torcida gosta de um treinador que parece com ele e eu gosto de uma torcida que pareça comigo. Os dois não deixam para depois, os dois pensam em uma maneira única e tem a emoção como prova. E quem tem a emoção como prova pode trabalhar no futebol quem deixou a emoção não deve mais trabalhar no futebol", disse o técnico atleticano, que substituiu a Marcelo Oliveira, dipensado pelo clube.

A empatia de Leão com a torcida levou cerca de 50 atleticanos a enfrentarem o dia chuvoso em Belo Horizonte para recepcionarem Leão em frente à sede administrativa do Atlético-MG, no Bairro de Lourdes, que ao longo deste ano, em que o clube completou seu centenário, serviu mais de palco para protestos do que para comemorações.

Leão, que foi apresentado no auditório do Atlético, na parte de cima da sede, lugar reservado geralmente às entrevistas de dirigentes do clube, chegou à janela e acenou para os torcedores, que reagiram com gritos de "olê, olá, Leão vem aí e o bicho vai pegar".