![]() Famílias de brasileiros torcem pela Itália no Grand Prix de futsal em Anápolis (GO) |
Quem pensa que o Grand Prix de futsal do Brasil é apenas uma oportunidade de as pessoas assistirem à jogos de boa qualidade do esporte estão enganados. A competição também serve como chance de as famílias poderem reencontrar pessoalmente os brasileiros naturalizados que atuam por seleções de outros países.
Pai de Jairo, Genildo dos Santos (d) viajou mais de mil quilômetros de Maringá para ver o filho 'in loco'
Para aproveitar esta oportunidade vale até encarar uma viagem de mais de mil quilômetros de Maringá (PR) para Anápolis (GO), como foi o caso do funcionário público Genildo Manoel dos Santos, que veio ao Grand Prix para prestigiar o filho ítalo-brasileiro Jairo junto com o ‘patrocinador’ do rebento Ademar Correa, empresário do ramo de lentes oftálmicas em Maringá.
“É o que a gente conversou. Como ele já patrocinava meu filho desde os oito anos, a gente achou que essa era uma oportunidade única de vê-lo jogando pela seleção italiana no Brasil com outras equipes que a gente gostaria de ver também. Por isso decidimos viajar 1200 km e estamos aqui hoje”, contou o pai.
O Sr. Genildo tem dois filhos que se encontram na mesma situação de dupla nacionalidade: além de Jairo, Jeferson também joga futsal na Itália, mas não encontrou sorte semelhante, pois defende um time da segunda divisão do campeonato nacional do país, e nunca teve chance na seleção.
Por esse motivo que ele reconheceu que, quando seu filho está em quadra, ele torce para a Itália em qualquer circunstância. “Torço para o Brasil sim, desde que não esteja envolvido meu filho. Aonde estão envolvidos meus filhos sou seleção italiana”.
Pelo grupo C, o Paraguai venceu a Itália por 2 a 1 com gol no fim e terminou como o líder da chave, encarando a República Checa nas quartas. A Itália enfrentará o Brasil no primeiro clássico do torneio
Outro caso encontrado pela reportagem no Grand Prix foi o do diretor de indústria Domingos Lima, que veio para Anápolis acompanhado de toda a família para acompanhar o filho Gabriel.
Só que ao contrário do Sr. Genildo, Domingos tenta acompanhar o filho em todos os lugares do planeta em que ele está em quadra. “Viemos de São Paulo para prestigiar nosso filho aqui em Goiás. A gente vai pra todo lugar do mundo com a seleção e agora vamos privilegiá-lo aqui”.
Tanto carinho demonstrado pelas famílias comove os jogadores nascidos no Brasil e que atuam pela seleção italiana. Eles reconhecem o esforço feito pelos pais em prestigiá-los, mas descartam entrarem pressionados por um bom rendimento em quadra por conta disso.
“Eles fizeram quase mil quilômetros para prestigiar. Pelo que me falaram foi de carro. Não tive tanto contato com eles ainda, mas fazer essa distância mesmo sendo de avião é porque o amor é grande e a vontade de ver o filho jogar é muito grande também”, declarou o pivô Jairo dos Santos.
* O repórter viajou a convite da organização do evento
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