O boxe é esporte de tradição em Cuba, mesmo que a delegação da ilha tenha saído sem um ouro sequer dos Jogos Olímpicos de Pequim, após 32 anos figurando no degrau mais alto do pódio. Sendo assim, nada mais natural do que um sobrenome famoso se tornar a aposta do futuro do país, para que a modalidade volte a brilhar.
A esperança de retomar os ouros nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, tem como mais novo nome Erislandy Savón. Primo do tricampeão olímpico Félix Savón, o campeão mundial juvenil da categoria pesado (até 91 kg) será o líder do time que participará da Copa Independência, com início no próximo sábado e participação brasileira.
Além de Savón, estarão presentes Yunior Echevarría (até 48 kg), Iván Oñate (até 57) e Arisnoide Despaigne (até 75 kg), todos campeões nacionais em Cuba, em janeiro. Mas os olhos estarão voltados para a possível nova estrela.
O xará de Erislandy Lara - um dos desertores da delegação cubana no Pan do Rio, em 2007 - tem apenas 19 anos, mas já é considerado um dos pugilistas com maior potencial para estar no pódio daqui a três anos, na Inglaterra. Além disso, ele tem a possibilidade de repetir os feitos do primo Félix, hexacampeão mundial, já que ele luta na mesma categoria. Félix reinou nos Jogos de Barcelona-1992, Atlanta-1996 e Sydney-2000.
Enquanto parte da nova safra disputa a Copa Independência, o time completo de Cuba, com 11 pugilistas, está na Hungria, em outra competição de boxe amador.
O Brasil também participa da competição, tendo embarcado na quarta-feira para a República Dominicana - completam os participantes o time da casa, Equador, Costa Rica, Venezuela e Ilhas Virgens.
A delegação brasileira, comandada pelos técnicos Gabriel Oliveira e Leandro Braga terá seis representantes: Adauto dos Santos (até 51 kg), Marcelo Silva (até 54 kg), Jefferson Silva (até 57 kg), Eduardo Pereira (até 64 kg) Sergio Dantas (até 75 kg) e Felipe Nunes (até 75 kg). Nenhum deles esteve no time levado para os Jogos Olímpicos de Pequim.
O time é um misto de novatos e mais velhos da seleção. "O importante é o intercâmbio que faremos, para os lutadores treinarem e ganharem experiência internacional", comentou o técnico João Carlos Soares, comandante da equipe nacional. Neste sábado, ele viaja com outro grupo para a Itália. Contando com 11 pugilistas, os brasileiros ficarão cerca de 20 dias para disputarem torneios locais e realizarem treinamentos com os europeus.