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Aldo quer salário mensal para atletas: "ninguém leva soco na cara de graça"

José Aldo defende mudanças na forma de remuneração dos lutadores - Reinaldo Canato/UOL
José Aldo defende mudanças na forma de remuneração dos lutadores Imagem: Reinaldo Canato/UOL

Do UOL, em São Paulo

08/10/2015 18h15

O campeão linear dos penas do UFC, José Aldo, quer que os lutadores de MMA passem a receber um salário mensal, assim como acontece com atletas de alta performance em outros esportes.

Em entrevista ao Combate, o lutador citou a rotina de treinos dos lutadores para justificar sua opinião em relação ao tema, inclusive fazendo comparações com as principais ligas esportivas dos Estados Unidos.

“Eu apoio a ideia, com certeza. Na NFL, a Nike produz os uniformes, mas as equipes ainda pagam seus atletas, assim como na NBA. A vida fica difícil para lutadores que estão apenas começando e não recebem pagamentos por vendas de pay-pew-view. Nós gastamos muito com treinadores, parceiros de sparing e tudo mais. Ninguém nesta idade vai para a academia levar socos na cara de graça. Independente de gostarmos do esporte ou não, nós estamos suscetíveis a lesões que podem nos deixar afastados por um longo período. Se você esta machucado, o dinheiro não entra. É bom ter patrocinadores, porque é isso que mantem o lutador ativo”, declarou Aldo.

O campeão ainda destaca que hoje sua situação é confortável, mas que é preciso pensar naqueles que estão começando. Por isso, Aldo ressalta que ainda gostaria de ver uma união que representasse os interesses dos lutadores.

“Ninguém falou comigo sobre uma união, mas isso seria fantástico. É uma forma de proteger os atletas que realmente poderia ajudar. Ninguém considerou isso. Os lutadores são muito desunidos por conta da rivalidade que existia entre algumas academias no passado. Claro que hoje a rivalidade não é mais tão acirrada como era no passado, mas ainda existe. É algo como: ‘se eu não lutar por aquele valor, alguma outra pessoa irá aceitar esse pagamento”, avaliou Aldo.

Apesar da posição contundente com relação ao tema, Aldo não se vê como um líder de uma possível revolução na categoria. Como argumento, o campeão citou a atarefada vida que leva por ostentar o cinturão do UFC.

“Hoje, eu não me vejo responsável por isso. Eu preciso viver a luta, eu sou um campeão e não posso deixar isso de lado. Minha vida como atleta ainda é muito intensa e é difícil fazer isso hoje, mas talvez um dia, quando eu não estiver mais lutando. Eu irei olhar com mais atenção para isso junto com outras pessoas e nós podemos arranjar alguma coisa pra ajudar novos lutadores”, finalizou o campeão.

Enquanto avalia possíveis melhorias nas condições dos lutadores, Aldo segue em preparação para o duelo contra Conor McGregor. O duelo, que será o evento principal do UFC 194, dia 12 de dezembro, em Las Vegas, definirá quem será o detentor do título dos penas.