O jogo que vai definir quem, entre Corinthians e Flamengo, continua na disputa da Taça Libertadores é só na quarta-feira. Em Santos, porém, o clássico começa já nesta segunda-feira. No Troféu Maria Lenk, que começa às 17h na piscina na Unisanta, os dois clubes de maior torcida do Brasil estréiam seus projetos aquáticos com nomes de peso.
De volta ao Brasil para nadar pela primeira vez no ano no país e realizar sua estreia pelo Flamengo, o campeão mundial e olímpico César Cielo fez críticas à escolha da piscina da Unisanta, em Santos, para a disputa do Troféu Maria Lenk, em que vai nadar entre os dias 3 e 9 de maio.
Pelo Flamengo, o craque da vez é Cesar Cielo, que nada, em águas brasileiras, pela primeira vez desde que trocou de clube – antes, competia pelo Pinheiros. Ao seu lado, uma dupla de peso: Henrique Barbosa e Nicholas Santos, ambos finalistas do Mundial de Roma, no ano passado.
No Corinthians, a estrela é Poliana Okimoto, campeã do circuito de Copas do Mundo de maratona aquática no ano passado, que vai nadar as provas de fundo pelo clube. Mas por pouco o posto de principal estrela corintiana não foi para Thiago Pereira, recordista de medalhas nos Jogos Pan-Americanos.
O nadador anunciou, há duas semanas, que vai se transferir para o clube da zona leste de São Paulo. A negociação, porém, só foi concluída depois do fim do prazo de inscrição da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) para o Maria Lenk. Sem poder defender o novo clube, ele vai nadar pelo antigo: Minas Tênis e Corinthians chegaram a um acordo para que a transfência só seja concluída após a competição.
“Eu espero que essa rivalidade [entre Flamengo e Corinthians] traga um pouco de atenção para o esporte. Vai ficar um pouco mais interessante de assistir, até porque tira um pouquinho o monopólio que os clubes estão tendo, o Minas e o Pinheiros. Acho que vai dividir bem mais agora, sem contar as brigas individuais mesmo, nas provas em que a gente tiver um atleta do Flamengo e um do Corinthians, não vai pesar nem tanto quem vai ganhar a prova, acho que é mais entre esses dois atletas do que qualquer outra coisa”, diz Cielo.
O ex-nadador australiano Brett Hawke recebeu convites para treinar a seleção norte-americana de natação, mas preferiu continuar ao lado de seu pupilo brasileiro. O técnico escolheu se manter na preparação de César Cielo, o recordista mundial dos 50 m livre.
O campeão olímpico, aliás, é o “Ronaldo” das piscinas. Se o atacante corintiano se disse flamenguista antes de ir para o time do Parque São Jorge, o nadador rubro-negro esteve perto de fechar com o Corinthians neste ano. O clube paulista chegou a anunciar um acordo com o nadador, mas um contrato nunca foi assinado. Em sua defesa, Cielo diz que ele e sua família nunca afirmaram que ele iria para o Corinthians.
Outra atração da competição é uma rivalidade específica das piscinas. Pinheiros e Minas devem lutar pelo título da competição. Atual campeão, o Pinheiros perdeu o trio de flamenguistas (Cielo, Henrique e Nicholas), mas ainda conta com o vice-campeão mundial Felipe França. Já o Minas terá a despedida de Thiago Pereira e ainda contará com o austríaco Markus Hogan, companheiro de treinos de Thiago nos EUA.
O Maria Lenk é a última seletiva da natação brasileira para a principal competição em piscina longa do ano, o Pan-Pacífico. A CBDA, ao contrário de outros países, decidiu que vai formar a equipe com os 24 melhores índices técnicos, mas incluiu resultados da última temporada. Como os tempos caíram desde 1º de janeiro, quando os supermaiôs foram banidos da natação, isso deixou a seleção praticamente definida – um atleta pode, por exemplo, marcar a melhor marca do mundo em 2010 em uma prova e ficar de fora, já que os tempos do ano passado são muito mais rápidos.
O programa de provas das eliminatórias desta segunda-feira, que abrem a competição, terá, a partir de 17h, as provas femininas e masculinas de 200m peito, 50m livre, 200m costas e a séries fracas dos revezamentos 4x50m livre, 800m livre feminino e 1500m livre masculino. Logo no primeiro dia, destaque para o trio que estréia pelo Flamengo – Cesar Cielo e Nicholas Santos (50m livre) e Henrique Barbosa (200m peito).
O que você espera do seu desempenho agora sem os supermaiôs?
Sinceramente, a sensibilidade continua a mesma, tanto que nos dois Grand Prix que nadei [nos EUA], se não tivesse o placar eletrônico ali eu não conseguiria falar a diferença de estar com a roupa e sem a roupa. Mesmo com o placar, o meu tempo foi bem parecido com o que eu vinha fazendo no ano passado, então não sei como vai ser como eu estiver pronto para nadar, no final da temporada, polido e raspado. Por enquanto, não estou sentindo muita diferença. Provavelmente, eu vá sentir alguns centésimos, mas acho que vai ser bem menos do que o pessoal está esperando.
Qual a sua meta pessoal para Santos?
Pessoalmente, eu queria fazer um 21s48. Mas vamos ver se sai um 21s99 ou 48s99. Se fizer, o trabalho já está cumprido.
A CBDA decidiu usar os tempos do ano passado para montar a seleção para o Pan-Pacífico. Você acha que a seleção terá alguma mudança?
Ficou bem complicado tentar fazer um índice nessa condição. A piscina do Unisanta não é nem um pouco favorável para fazer um tempo bom, sem o maiô, então, é praticamente impossível tirar um dos 24 que estão na lista.
O Flamengo tem chance de brigar com os grandes na natação? Vai ter briga com o Corinthians pelo 3º lugar?
Ainda é muito cedo, não temos uma equipe para brigar ponta a ponta. O Corinthians tem uma equipe melhor que a do Flamengo na natação, porque eles vêm numa constância maior e o Flamengo nem chegou a competir no ano passado. Mas acho que daqui alguns anos a gente pode ter uma disputa bem mais acirrada do que vemos pela TV. Eu não estaria me unindo a um clube para ficar por pouco tempo, então espero que na minha presença lá a gente consiga fazer uma grande equipe para ser campeão nacional também.
E na Libertadores, quem vai se classificar?
A gente [ele e os companheiros Henrique e Nichiolas] estava assistindo ao jogo juntos. Acho que um gol do Flamengo aqui [em São Paulo] contra o Corinthians define a classificação do Flamengo. Um gol fora de casa é o necessário. A gente vai torcer, mesmo lá na competição.
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