"Fiquei surpreso. Agora, é buscar os décimos que fazem diferença", diz Cielo

Cesar Cielo recebeu neste sábado duas medalhas de ouro no Troféu Maria Lenk. Completou três títulos na competição, um deles que poucos apostavam antes do início das provas em Santos. O que ninguém duvidava, porém, era do potencial do campeão olímpico brasileiro.

Mesmo sem os maiôs e em uma piscina que dificulta tempos rápidos, ele melhorou suas marcas. Nos 50m, ele nadou pela primeira abaixo dos 22 segundos. Com 21s80, está atrás apenas de Fred Bousquet em 2010. Nos 100m, ele cronometrou 48s63 – é o quinto tempo do ano. O melhor é do também francês Alain Bernard 48s32.

“Eu saio muito satisfeito daqui. Muito mais satisfeito do que achei que fosse ficar. Estou pesado, sem descanso, não raspei e ainda assim fiz um 48s e um 21s. Agora, é trabalhar mais os detalhes para o Pan-Pacífico, para achar aqueles décimos de segundo que podem fazer a diferença na classificação final”, afirmou.

A vitória mais surpreendente foi no 4x100m livre. O revezamento do Flamengo nadou junto pela primeira vez na segunda-feira. Dois de seus integrantes, Ramon Melo e Thiago Sickert, nunca tinham disputado a prova antes e nem mesmo sabiam como fazer a transição.

Mesmo assim, os flamenguistas marcaram 3min20s39. O tempo foi marcado na noite de sexta-feira, já que a equipe não tinha tempo para entrar na série forte da prova, no sábado pela manhã. Para vencer, o Flamengo teve de torcer para que Pinheiros e Minas não batessem o tempo. Não bateram: a prata foi para o clube paulista com 3min21s03 e o bronze, para os mineiros com 3min21s71.

“Acho que esse resultado mostra que revezamento para ganhar não precisa ser apenas de estrelas. Tem que dar valor para quem esta no miolo da natação, que está aí para subir. Os dois que nadaram comigo e com Nicolas mostraram isso”, elogiou Cielo.

Vice-campeões da prova, os atletas do Pinheiros entraram na piscina cansados. Minutos antes, Henrique Rodrigues tinha vencido os 200m medley, Bruno Fratus tinha sido o terceiro colocado nos 100m livre e André Daudt, o 4º na mesma prova. O único que estava “zerado” no dia era Nicolas Oliveira, que fechou a equipe.

“A gente sabia que o adversário era o Minas ao lado e o Flamengo de ontem. E fica mais difícil quando não tem a referencia do lado. Mas foi perto. Seria mais emocionante se o Flamengo estivesse ali do lado. O cansaço não prejudicou não”, disse Nicolas, após a prova.

O ouro marcou o fim de um jejum da natação do Flamengo. Desde 2001 o clube não vencia uma prova de revezamento. No Troféu Brasil (que recebeu o nome de Maria Lenk em 2007) de 2001, os rubro-negros venceram o 4x200m livre e o 4x100m medley. A última vez que a equipe tinha vencido o 4x100m livre em 1995.