Clodoaldo Silva estuda processar o Comitê Paraolímpico Internacional (IPC) por seu mau desempenho nos Jogos de Pequim. A ausência de uma medalha de ouro na competição é, para o nadador, culpa da reclassificação a qual teve de se submeter por imposição da entidade. Competindo com nadadores que possuíam um menor grau de deficiência, Clodoaldo conquistou "apenas" prata e bronze.
"Tive perdas psicológicas, materiais e pessoais. Estou estudando a melhor forma de processar o IPC e ser ressarcido de minhas perdas. Ainda não sei de que forma vou fazer isso, mas o que posso dizer é que isso não pode ficar assim", afirmou o brasileiro.
O nadador, que trouxe seis medalhas de ouro das Paraolimpíadas de Atenas, subiu no pódio em Pequim somente graças ao segundo lugar da equipe de revezamento 4 x 50 m medley e o terceiro do 4 x 100 m livre. De volta ao Brasil, Clodoaldo novamente acusou o IPC de amadorismo.
"Duro mesmo foi ter ouvido deles (IPC) que, se eu não fosse um atleta tão vencedor, não teria de passar por isso. Eles não têm interesse em profissionalizar o paraolimpismo. Quando chegamos perto da excelência, eles nos fazem regredir", desabafou.
Às vésperas dos Jogos Paraolímpicos de Pequim, Clodoaldo Silva teve que passar por duas avaliações de classificação funcional, motivados por um protesto supostamente feito pela França. Após teste, o IPC decidiu mudar Clodoaldo de categoria, trocando-o da S4 para S5, o que terminou por minar suas chances de medalha.
"Eles (IPC) conseguiram estragar a minha Olimpíada (sic). Fiquei profundamente abalado, pensei em desistir, mas fiquei pelos meus companheiros. Mas eu já fui eleito o melhor atleta paraolímpico por eles. E isso eles não podem me tirar", finalizou.