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Nadador hipertenso lida com pai na UTI para fazer índice para Roma - 07/05/2009 - UOL Esporte - Natação
UOL Esporte Natação
 
07/05/2009 - 07h09

Nadador hipertenso lida com pai na UTI para fazer índice para Roma

Bruno Doro*
No Rio de Janeiro
Nicolas Oliveira deixou a piscina do parque aquático Maria Lenk aliviado. Ao nadar os 200 m livre da última seletiva brasileira para o Mundial, ele garantiu seu nome na delegação brasileira que vai à Roma, em julho. O resultado foi dedicado ao seu pai, Sílvio Oliveira, de apenas 58 anos, que tinha acabado de sair da UTI, após sofrer um aneurisma na aorta.

"Ele descobriu o problema em um check up normal. Os médicos disseram que se não tivesse sido detectado o problema, ele teria só mais seis meses de vida", conta o nadador. "Há duas semanas, ele foi operado. Eu e meu irmão nos revezamos para ficar no hospital. Ele saiu hoje da UTI", comemora o atleta, que perdeu a mãe também por causa de aneurisma, mas cerebral.

Na quarta-feira, Nicolas marcou o melhor tempo das eliminatórias da prova, com 1min46s90, primeiro brasileiro a quebrar a barreira dos 1min47. O outro brasileiro com índice para a prova é Rodrigo Castro, com 1min47s87, conquistado nas Olimpíadas de Pequim.

No primeiro recorde sul-americano adulto de sua carreira, Nicolas mostrou superação de uma doença perigosa, que atinge muitos brasileiros e que nem sempre é tratada como deveria. O nadador, apesar da vida regrada, é hipertenso. Faz sistematicamente o controle de pressão sanguínea e diariamente tem de tomar um remédio para controlá-la.

"Eu descobri o problema em 2007, quando fui à festa do Prêmio Brasil Olímpico. Desmaiei no meio da cerimônia e fui levado a um hospital. Fiz um exame que mede a pressão por um dia inteiro e o problema foi diagnosticado", conta o jovem de 22 anos. Desde então, além do remédio diário, tem também de cuidar da alimentação. "Hoje, penso muito antes de comer qualquer coisa. Comida, só sem sal", completa.

O índice também mostra a recuperação de Nicolas após os Jogos de Pequim. Convocado para os dois revezamentos (4x100 m e 200 m livre), ele acabou causando a eliminação do 4x100 por cair cedo demais na piscina. "Foi muita pressão na China. Eu acabei fazendo das Olimpíadas uma coisa maior do que realmente é. Na verdade, é só mais uma competição. Aprendi isso".

Mesmo sem competir a final dos 200 m livre nesta quinta-feira, Nicolas confirmou presença em Roma. Com pressão alta, o atleta preferiu ficar no hotel após se sentir mal. Terceiro colocado na prova, Rodrigo Castro também conquistou a vaga, com o tempo conquistado ainda nas eliminatórias (1min47s87). No feminino, Monique Ferreira ganhou a prova, com o tempo de 2min00s59, mas ficou acima do índice.

Com resfriado e 38 graus de febre na quarta-feira, o médico da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Marcus Bernhoeft, preferiu poupar o Nicolas da competição desta quinta. "O Nicolas tem um quadro de hipertensão e ainda não tem um diagnóstico muito preciso. Ele usa medicamentos por causa disso, mas pegou um resfriado e isso acaba aumentando a pressão mais que o normal", contou o médico.

* Atualizada às 10h32

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