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Paraolímpicos sofrem para ter acesso à natação supertecnológica - 08/05/2009 - UOL Esporte - Natação
UOL Esporte Natação
 
08/05/2009 - 07h05

Paraolímpicos sofrem para ter acesso à natação supertecnológica

Bruno Doro
No Rio de Janeiro
Enquanto a elite da natação brasileira discute qual supermaiô usar para quebrar recordes, outro grupo de nadadores, com um número de medalhas maior ainda, discute se vai ter acesso aos novos trajes. Atletas paraolímpicos como André Brasil ou Daniel Dias, que em Pequim-2008 conquistaram, juntos, 13 medalhas, oito delas de ouro, ainda sofrem para ter acesso aos trajes.

Bruno Doro/UOL Esporte
André Brasil, que tem uma perna atrofiada, sofre para conseguir um dos supermaiôs
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"Eu, por exemplo, nunca nadei com o LZR, que era o melhor maiô das Olimpíadas. Eu sei que equipes como a Inglaterra tinham o traje, em seu uniforme especial. Mas nunca tive acesso a um deles", conta Daniel Dias, o único brasileiro que concorre ao prêmio Laureus, o Oscar do esporte mundial.

O exemplo de Dias, sete medalhas em Pequim-2008, mostra o descaso das empresas com o esporte paraolímpico. "Quando chegamos para competir lá na China, foi engraçado. Achei que teríamos uma série de representantes oferecendo trajes. Mas tive de me virar e pedir aos meus amigos que foram às Olimpíadas para comprar um para mim", conta André Brasil.

O drama só piorou até hoje. As regras da Fina, a partir de agora, proíbem a confecção de maiôs customizados para o corpo de cada nadador. A mesma regra não deve ser ratificada pelo Comitê Paraolímpico Internacional, mas deve deixar mais difícil para os atletas adequarem seus trajes. "Eu, por exemplo, para poder usar o Jaked, teria de cortar uma das pernas", fala Dias.

Brasil, cinco medalhas em Pequim-2008, tem mais facilidade nesse caso. Seu problema físico é uma atrofia na perna esquerda. "Eu consigo os maiôs com muito mais facilidade. Mesmo assim, tenho de pegar um número menor, já que minha perna é mais fina. E com isso, fica muito apertado em cima", conta o nadador.

"Acho que é necessário se pensar em como os paraolímpicos podem usar esses novos maiôs. Os para-atletas, hoje, precisam ter acesso ao que tem de melhor em relação a material. Mas é preciso, também, tornar os ajustes legais e mais fáceis, já que em muitos seria necessário adaptar o traje á lesão", pede Brasil.

Dificuldades no Maria Lenk

André Brasil é o único nadador paraolímpico que disputa provas com atletas sem deficiência física que está competindo no Maria Lenk. Ele, porém, teve problemas para conseguir o feito. Inicialmente, a sua inscrição foi negada pela CBDA, que alegava que o atleta não tinha índice par ao torneio.

"O problema é que eu tinha feito esses tempo, mas eles não contavam para a competição. Mas conversei com o Ricardo de Moura (supervisor técnico da CBDA) e ele me deixou competir. Meus tempos na Paraolimpíada já eram abaixo da marca, mas não valiam para competição oficial".

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