Thiago Pereira resolveu viajar de máscara. Os nadadores do Pinheiros, maioria da seleção brasileira, não vai nem mesmo embarcar. O Influenza A (H1N1), a gripe suína, alterou bastante os planos dos nadadores brasileiros antes do Mundial.
Na próxima semana, os brasileiros iriam disputar o Grand Prix de Charlotte, na Carolina do Norte, nos EUA. A competição vai marcar a volta de Michael Phelps às piscinas. O único verde-amarelo que segue, Pereira nega preocupação. Mas não dispensa medidas de prevenção.
"Vou ser adepto da máscara, até porque o avião é ambiente fechado. Mas acho que é mais precaução, mesmo. Deixar de fazer as coisas não tem sentido. Hoje o mundo está tão pequeno, com pessoas viajando de um lugar para o outro a toda hora, que pode acontecer em qualquer lugar", afirma o nadador.
O técnico do nadador, Fernando Vanzella, admite o medo pela doença. "Pelo que a gente ouve, é um problema grave. Mas a gente conversou com quem esteve nos EUA recentemente e tomou as precauções necessárias. É um risco que vamos correr, mas a Carolina do Norte não é um foco de transmissão", afirma Vanzella.
O pensamento é diferente da equipe do Pinheiros. O clube paulista tinha agendado duas paradas nos EUA. A primeira, na Carolina do Norte. A segunda, em Fort Lauderdale, na Flórida. O temor da doença, porém, cancelou os planos. "Nós sabemos que o risco na Carolina do Norte não é grande, mas indo para lá, os atletas correriam risco de ser colocados em quarentena e não podemos arriscar que um atleta fique preso tão perto do mundial", afirma o médico do time, Gustavo Magliocca.
Segundo ele, em treinamento, os atletas acabam com a imunidade mais baixa. "É normal um atleta pegar uma gripe leve. Mas nos EUA, ele corre o risco de ser detido, mesmo que a gripe seja um vírus comum, não o Influenza A H1N1", completa o médico.
Com isso, o Pinheiros, da finalista olímpica Gabriella Silva, do líder do ranking mundial dos 200 m borboleta Henrique Barbosa ou do novo recordista mundial dos 50 m borboleta Felipe França, terá de mudar de planos. "Vamos continuar treinando por aqui, mas em junho devemos ir para a Europa, já pensando no Mundial (na Itália, no final de julho)", conta Gabriella.