Os organizadores do Mundial de natação estão correndo contra o tempo para deixar tudo preparado para a competição que começa no próximo dia 17 de julho, em Roma, e vai até 2 de agosto. Problemas políticos, estruturais e até ambientais estão causando dor de cabeça aos italianos, mas eles prometem deixar o Foro Itálico da capital pronto para o evento do mês que vem.
O completo esportivo que receberá a competição ainda está longe do ideal. Isto porque dois eventos realizados nos últimos meses acabaram atrasando o andamento das obras. O primeiro deles foi o Masters 1.000 de Roma de tênis, em abril. O projeto para o Mundial de natação inclui a instalação de duas piscinas temporárias nas quadras de tênis, mas nada pôde ser feito até o dia 3 de maio, final do campeonato vencida pelo espanhol Rafael Nadal.
Outro evento em maio, este no final do mês, também adiou as obras para o Mundial: a final da Liga dos Campeões de futebol. Estrutura principal do Foro Itálico, o Estádio Olímpico foi palco da decisão entre Barcelona e Manchester United, vencida pelos catalães, e, até o dia da partida, 27 de maio, todo o complexo esteve praticamente vetado para as reformas programadas para o Mundial de natação.
Integrante do comitê organizador, o bicampeão olímpico Domenico Fioravanti reconhece que a preparação para o campeonato está atrasada. "Não há como negar que estamos tendo problemas", admite o ex-nadador. Ele, no entanto, é otimista e usa uma teoria no mínimo curiosa para mostrar isso. "Mas as adversidades podem proporcionar coisas positivas. É difícil melhorar quando as coisas ocorrem sem problemas desde o início".
Questões políticasOs problemas estruturais, porém, já se mostram os mais simples de se resolver para o Mundial de julho. O grande impasse é político e teve início em maio. Na ocasião, o senador Paolo Barelli, membro do partido do primeiro-ministro Silvio Berlusconi e presidente da Federação Italiana de natação, pediu ao prefeito de Roma, Giabbi Alemanno, que demitisse o presidente do comitê organizador do campeonato, Giovanni Malago.
Apesar de ser seu correligionário, Alemanno recusou o pedido. A partir de então, Barelli exigiu que o diretor geral do comitê, Roberto Diacetti, fosse substituído por um membro da Federação. Na semana passada, decidiu-se que este novo integrante trabalharia em conjunto com Diacetti, uma maneira de equilibrar forças dentro da equipe.
A confusão pelo comando da organização foi mais um fator de atraso para a condução do projeto.
Questões ambientaisComo se não bastassem os problemas anteriores, a organização enfrenta agora as acusações de que não respeita fundamentos ambientais. Neste caso, o principal alvo de críticas é Cláudio Rinaldi, membro do governo responsável por fornecer os meios necessários para a realização das obras. Ele, no entanto, nega as acusações. "Eu sempre respeitei meus princípios e agi com total transparência".