Thiago Pereira tinha tudo para, finalmente, subir ao pódio em um Mundial de piscina longa (50m). Afinal, sem Michael Phelps, fora do medley no Mundial de Roma, o brasileiro era o favorito óbvio para o terceiro lugar no pódio dos 200m quatro estilos - ao lado dos medalhistas olímpicos Ryan Lochte e Laszlo Cseh. No entanto, o carioca perdeu no finalzinho, ficando com a quarta colocação.

Uma lesão grave na mão esquerda acabou com o ano do nadador de 23 anos. Em março, ele escorregou na borda da piscina, se apoiou e fraturou um dos ossos da mão. Ficou um mês sem treinar direito. O pouco tempo antes do Mundial impediu que a preparação fosse a ideal.

Nesta quinta, ele até tentou se superar. Fez os primeiros 150m ao lado de seus rivais, mas não teve energia para chegar na zona de medalha na última perna da prova, no nado crawl. Ficou em quarto, agora atrás, além de Lochte e Csech, respectivamente, de Eric Shateau, dos Estados Unidos.

Lochte, dominante, ainda bateu o recorde mundial da prova, que pertencia a Michael Phelps, com 1min54s23. A nova marca é de 1min54s10, enquanto o brasileiro fechou em 1min55s55, novo recorde sul-americano. Thiago ficou a apenas nove centésimos de Shanteau, medalhista de bronze.

"Dei azar de novo. É o terceiro ano seguido que bato na trave. Mas, pelo menos, hoje foi mais perto do que nas Olimpíadas. A decisão foi na batida de mão, e batida de mão é muita sorte", lamentou Thiago, que afirmou estar feliz com o resultado, mesmo fora do pódio. "Não vai ser um resultado desses que vai me decepcionar, estou começando um novo ciclo olímpico com o pé direito. Na Olimpíada passada, demorei dois anos para me encontrar, agora já estou nesse nível."

O resultado o iguala a Kaio Márcio, que também foi o quarto colocado em sua principal prova na Itália. O paraibano ficou a um lugar do pódio nos 200m borboleta, a prova em que Phelps quebrou o seu primeiro recorde mundial nas piscinas do Foro Itálico.

Após o Mundial, Pereira vai mudar sua preparação. Nadador do Minas Tênis desde as categorias menores, ele vai deixar o Brasil para treinar nos EUA. Dividirá seu ano, com um semestre na América do Norte, um na América do Sul.