As críticas à negativa do visto para que a israelense Shahar Peer pudesse participar do Torneio de Dubai, nos Emirados Árabes, foram respondidas nesta terça-feira pelos organizadores da competição. A justificativa de barrar a tenista estaria no fato de que o público poderia boicotar o evento caso ela entrasse em quadra.
"O sentimento público continua intenso no Oriente Médio, e a presença de Peer poderia espantar nosso público, que assistiu ao vivo pela TV os recentes ataques em Gaza", declarou o diretor do Torneio de Dubai, Salah Tahlak, citando que a presença da tenista já causou protestos durante o Torneio de Auckland, na Nova Zelândia, em janeiro.
A ofensiva de Israel na Faixa de Gaza em janeiro durou três semanas e causou a morte de cerca de 1.300 palestinos e 14 israelenses. "Não desejamos politizar os esportes, mas temos que ser sensíveis aos recentes acontecimentos na região para não colocar em risco as jogadoras e os inúmeros fãs de diferentes nacionalidades que estão aqui nos Emirados Árabes", justificou o diretor.
A recusa em receber Peer viola o regulamento dos torneios da WTA, a entidade que rege o tênis feminino. As normas preveem que qualquer jogadora deverá estar apta a competir onde quiser, desde que haja o ranking necessário. Uma reunião da entidade no próximo mês, nos Estados Unidos, vai decidir o futuro do torneio, que pode ser excluído do calendário.
"Estou confiante de que a WTA irá tomar medidas adequadas para assegurar que esta injustiça não ocorra no futuro", declarou Peer. Mas o episódio ainda pode se repetir no circuito masculino, na próxima semana, também em Dubai. O duplista israelense Andy Ram está à espera de um visto. A ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) já confirmou que vai rever o status do torneio caso haja qualquer outro problema desse tipo.