O Governo Federal, sob a liderança do Ministério do Esporte, deve lançar um pacotão de projetos esportivos na segunda quinzena de setembro. Entre as ideias que estão na mesa, as mais ousadas são a criação de cidades olímpicas espalhadas pelo Brasil e mudanças no bolda atleta, para que técnicos e especilistas também passem a ser beneficiados.
A ideia das cidades olímpicas já havia sido apresentada pelo ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., em 2009, pouco após a eleição do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016. A pasta já tem orçamento aprovado e algumas cidades escolhidas para o pontapé inicial.
Os políticos pretendem caracterizar e capacitar municípios interessados como especialistas em determinadas modalidades. Desta forma, as cidades serviriam como pólos desenvolvedores de talentos captados em escolas e regiões com menor acesso à prática esportiva.
As cidades cadastradas receberiam um incremento em suas estruturas atuais, bancados pelo Governo Federal. Os atletas, por sua vez, devem ser atingidos pela reforma no Bolsa-Atleta, programa que atualmente garante um salário aos esportistas brasileiros, que são classificados de acordo com seus desempenhos.
O plano é passar a cobrir gastos não só dos esportistas, mas de equipes multidisciplinares. "A equipe que trabalha com o atleta também pode ser beneficiada. A ideia é criar um bolsa atleta que atenda também técnicos, preparadores físicos ou fisioterapeutas", explicou Silva.
O futebol também deve ser atingido pelo pacote. Baseado em um estudo sobre as finanças dos clubes encomendado à Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Ministério do Esporte pretende apresentar um caminho a ser seguido pela modalidade no país.
Os políticos não revelam detalhes da proposta que será apresentada. Alcino Rocha, assessor especial de futebol da pasta, no entanto, afirmou que a natureza jurídica dos clubes será preservada.
“Nós já vimos, com experiências anteriores, que a mudança não é garantia de sucesso. Seja como empresa, sociedade sem fins lucrativos ou sociedade esportiva, nós devemos profissionalizar, e isso é questão de gestão”, disse o político.
* Reportagem de Gustavo Franceschini, Renan Prates e Bruno Doro
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