Celia López.
Tóquio, 2 out (EFE).- Entre uma indiferença generalizada e uma chuva intermitente, Tóquio recebeu esta madrugada sua derrota na luta para sediar os Jogos Olímpicos de 2016, tarefa que caberá ao Rio de Janeiro.
Ao pouco interesse demonstrado pelos japoneses durante a corrida olímpica se uniu o fato de que no Japão o anúncio chegou perto de 1h da madrugada de sábado (14h de sexta-feira em Brasília).
Ao contrário das multidões reunidas na praia de Copacabana e na Praça de Oriente, em Madri, a campanha de Tóquio não organizou nenhuma festa popular e decidiu reunir seus simpatizantes em duas cerimônias de caráter exclusivo.
A maior metrópole do mundo, com 35 milhões de habitantes em sua área metropolitana e horários comerciais intermináveis, quase não foi possível reunir mil pessoas no edifício da Prefeitura e na Torre de Tóquio, uma recriação japonesa da Torre Eiffel.
A capital japonesa pôs fim a sua longa luta olímpica na segunda rodada, minutos após Chicago sair, com o mesmo problema apontado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) em avaliações passadas: pouco apoio popular.
"É uma lástima que Tóquio não tenha sido a sede, mas me parece muito bom que tenha ido para o Rio de Janeiro. Já era hora que fosse para a América do Sul", explicou à Agência Efe Kieko, uma jovem de Kioto.
Já Kota Aoki, integrante de um das equipes de remo do Japão, se mostrou "muito triste" com o fato de Tóquio ter ficado fora. "Mas espero que seja escolhida na próxima vez. Tomara que em 2020", disse.
Os poucos interessados no resultado da disputa foram às imediações da Torre de Tóquio, onde só puderam entrar convidados e seguidores dispostos a pagar. Um pequeno grupo de jovens, alguns com as caras pintadas com o lema "Tóquio 2016" e a bandeira japonesa, se amontoaram no local.
A ênfase demonstrada por Tóquio para convencer o COI de que os japoneses sempre acabam se envolvendo em grandes eventos parece não ter sido suficiente para inclinar a balança a favor da cidade.
Tóquio conseguiu na primeira rodada 22 votos, mais que os 18 de Chicago. Na segunda parte, porém, foi eliminada com apenas 20, a nove de Madri e a 26 do Rio de Janeiro, vencedor com folgas.
Perante o COI, o presidente da campanha de Tóquio, Ichiro Kono, tinha admitido que, embora o pedido fosse por "mais paixão", os japoneses "não eram muito bons nisso".
"A força dos japoneses é o trabalho em equipe" e que "cumprimos tudo o que dizemos", completou.
Nem mesmo entre os membros da campanha foi observada raiva ou tristeza, só um semblante sério com o que alguns expressaram sua esperança para 2020.