Uma semana depois, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva ainda segue comemorando a escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Em clima de descontração em evento no Ministério da Justiça sobre o Dia Nacional de Combate aos Cartéis, o mandatário brincou com os países que perderam a disputa na reunião do COI em Copenhague na última semana.
"Sabe... Fiquei com dó do [Barack] Obama [presidente dos EUA] e do [José Luis] Zapatero [primeiro-ministro da Espanha], pois quando se ganha de amigos, você fica chateado", brincou Lula durante discurso em Brasília. "O que me deixou seguro é que a Olimpíada tinha de ser no Brasil."
Mais uma vez, o presidente brasileiro disse que estava confiante na escolha da capital fluminense e revelou que sua estratégia se baseou na da Inglaterra para que Londres fosse escolhida como sede dos Jogos de 2012. "Quando Chicago foi eliminada - o Obama não pode saber disso - eu senti que nós ganharíamos as Olimpíadas."
"Sabia porque aprendi uma lição. A França perdeu para a Inglaterra porque o Tony Blair [ex-primeiro-ministro britânico] se dedicou a conversar com os delegados [do COI]. Então falei: 'por falta de conversar, eu não vou perder'. Faz dois anos que estou conversando com os delegados. Cada estrangeiro que vinha aqui, a Olimpíada era a primeira coisa que falava. Por isso estava muito confiante", explicou.
Mas mesmo com tanta empolgação, Luiz Inácio Lula da Silva 'decretou' o fim da comemoração pela escolha do Rio de Janeiro. "Agora temos de mostrar que um país pobre pode receber uma Olimpíada."
"Não que o Brasil seja pobre, mas também não estamos entre os mais poderosos. O que me alenta é que corremos o gostoso risco de em 2016 já sermos a quinta maior economia do mundo e ninguém mais vai duvidar da capacidade de conquista desse país", completou.
Controle e transparênciaEstava presente no evento no Ministério da Justiça Jorge Hage, ministro da Controladoria Geral da União (CGU), principal entidade responsável pela fiscalização dos gastos públicos do Governo. Ele explicou que a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos terão grupos de trabalho separados.
"Serão grupos específicos da CGU para tratar de cada um dos dois eventos. Todas as informações estarão disponíveis no
portal da transparência, para que a sociedade possa acompanhar todos os passos, desde a definição dos projetos, autorização do edital até a execução das despesas", explicou o ministro.
Hage também falou que ainda não foi decidido como será feito o controle dos gastos para esses dois eventos. "Estamos discutindo internamente a melhor maneira de fazer isso. Mas todos os órgãos representados na CGU, incluindo a sociedade civil que está lá no conselho de transparência, poderão acompanhar esse enorme investimento publico que haverá."