Fale com UOL Esporte

Envie sua sugestão ou crítica para a redação do UOL

   

Outros canais de comunicação UOL

UOL - O melhor conteúdo
Outro grupo rebelde reivindica ataque contra seleção de Togo - 12/01/2010 - AFP - Esporte
UOL Esporte Últimas Notícias
 
12/01/2010 - 13h07

Outro grupo rebelde reivindica ataque contra seleção de Togo

LUANDA, Angola, 12 Jan 2010 (AFP) - Um segundo grupo separatista de Cabinda reivindicou nesta terça-feira o ataque de sexta contra o comboio da seleção togolesa no território angolano, e defendeu a instauração de uma trégua durante a Copa Africana de Nações (CAN).

A nova reivindicação vem do principal movimento separatista da província, a Frente de Libertação do Estado de Cabinda-Forças Armadas Cabindesas (FLEC-FAC).

"Não somos terroristas, o ataque não era dirigido contra nossos irmãos togoleses. Sempre que as Forças Armadas Cabindesas veem um comboio angolano, atiram", afirmou à AFP Jean-Claude N'Zita, conselheiro do presidente da FLEC-FAC que vive em exílio na Suíça.

Na sexta-feira, o ônibus da seleção do Togo foi metralhado durante cerca de 20 minutos logo depois de entrar em Cabinda, um enclave angolano imprensado entre o Congo e a República Democrática do Congo (RDC) e abalado por um conflito separatista que começou há 35 anos.

Dois membros da delegação togolesa, que deveria disputar jogos da CAN-2010 em Cabinda, morreram no ataque, e o Togo se retirou do torneio.

A ação foi imediatamente reivindicada pelas Forças de Libertação do Estado de Cabinda-Posição Militar (FLEC-PM), um movimento separatista dissidente.

"Eles não passam de oportunistas", afirmou N'Zita.

"O líder das FLEC-PM, Rodrigues Mingas, manteve a reivindicação. "Nós somos os reponsáveis pela ação. Lamentamos pelos togoleses. O alvo do ataque era a força de ocupação angolana", declarou ele nesta terça-feira à AFP.

"É política de exilados", comentou Alex Vines, especialista em Angola do instituto londrino Chatham House. "É difícil controlar de fora" os diferentes movimentos separatistas, acrescentou, comparando a história das FLEC a "uma sucessão de fragmentações e divisões".

O ataque foi criticado pela comunidade internacional. A França denunciou um "ato inqualificável" e a África do Sul, país-sede da próxima Copa do Mundo, um "ataque chocante e inaceitável".

O chefe de estado-maior da FLEC-FAC, Mihuel Boma, defendeu em comunicado uma "atitude responsável em relação à CAN-2010", prometendo se abster de "qualquer ato de violência em Cabinda durante o torneio".

A CAN-2010 começou domingo em Luanda e segunda em Cabinda, onde as medidas de segurança foram reforçadas. Duas pessoas suspeitas de terem participado do ataque de sexta foram detidas.

Em Johannesburgo, o comitê organizador da Copa de 2010, que começa no dia 11 de junho, criticou as autoridades angolanas pelo sucedido.

"Há quanto tempo sabemos que grupos separatistas atuam em Angola? Que existe um risco de ataques terroristas? É por isso que digo que cabe ao país-sede administrar essas questões", declarou o chefe do comitê, Danny Jordaan.

Compartilhe:

    Placar UOL no iPhone

    Hospedagem: UOL Host