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Aproveitamento de saque do Brasil piora no segundo jogo - 29/05/2005 - UOL Esporte - Vôlei
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29/05/2005 - 16h25

Aproveitamento de saque do Brasil piora no segundo jogo

Lello Lopes
Enviado especial do UOL
Em Caracas (Venezuela)
Os dois jogos contra a Venezuela na primeira rodada da Liga Mundial mostraram uma grande deficiência da seleção brasileira masculina de vôlei: o saque. Apesar das vitórias, nas duas partidas o fundamento foi deficiente.

EL TURPI
"Quá quá quá quá quá. Quá quá quá quá quá." O grito de guerra da torcida venezuelana é uma homenagem ao mascote da equipe, um turpial (considerado a "ave nacional" do país desde 1958). E ecoou forte no ginásio Poliedro neste domingo.

Depois de uma aparição relâmpago no final do jogo de sábado, El Turpi, como é chamado, foi a grande atração do ginásio neste domingo. Com palmas e passos de dança, cativou a torcida, que apoiou a Venezuela o tempo inteiro -mesmo quando o time estava atrás do marcador.

A torcida brasileira, pequena, também marcou presença, cantando em capela um trecho do hino nacional. Os torcedores venezuelanos fizeram o mesmo, com muito mais barulho e intensidade.

Antes da partida, os auto-falantes do ginásio tocavam rumba. Durante o jogo, o ritmo era dado por três torcedores com instrumentos de percussão.

Nos dois últimos sets, com a reação da Venezuela, o barulho ficou ensurdecedor. Os jogadores tinham dificuldade para ouvir o que o técnico Bernardinho gritava no lado da quadra. Com a vitória do Brasil, a torcida se calou. E deixou o ginásio novamento ao som de rumba, embora muito menos animada do que quando chegou.
No primeiro jogo, o Brasil sacou 120 vezes, com um aproveitamento de 81%. Neste domingo, a situação foi bem pior. A seleção errou 27 dos 108 saques que fez, o que dá um aproveitamento de apenas 75%.

Quem mais errou na partida deste domingo foi o ponta Murilo. De 18 saques, oito foram parar na rede ou fora da quadra.

"Nós erramos mais do que ontem. No quarto set eu não acertei nenhum saque. Nesse set eles fizeram apenas dez pontos de ataque, o resto foi em erros nossos", disse Murilo ao UOL Esporte, sentado no banco e de toalha na cabeça, após a partida.

Henrique, que começou a partida no lugar de André Heller, também teve um desempenho abaixo da média. Ele marcou um ace, mas errou seis dos 15 serviços que fez.

"A idéia foi colocar o Henrique para melhorar o saque, já que ele é um bom sacador. Mas ele errou bastante e isso acabou atrapalhando a equipe, que não conseguiu dar uma seqüência nos lances", disse o técnico Bernardinho.

O melhor momento do Brasil no saque foi justamento quando o serviço não foi forçado. Rodrigão, que utiliza um saque tático, acertou todos os 21 serviços que fez. E foi na sua passagem no saque que a seleção conseguiu a recuperação no tie-break.

A reação no final do jogo foi o ponto positivo apontado pelos jogadores depois da partida. "Eu fiquei feliz com a reação no tie-break. Estávamos perdendo por cinco pontos (10-5) e isso é bem difícil de tirar", disse Murilo.

Para o ponta Dante, que correu o risco de não jogar em virtude de uma indisposição estomacal, a união dos jogadores foi a responsável pela virada.

"Graças a Deus mostramos poder de reação. Foi a união do grupo que fez com que a gente reagisse", disse o jogador, comendo uma banana depois da partida, que aconteceu na hora em que os jogadores estão acostumados a almoçar.

Do lado venezuelano, o desânimo era aparente. "Não sei qual foi o motivo da derrota. Desespero não foi, porque mantivemos a calma durante toda a partida. Estávamos tranqüilos no tie-break", lamentou o capitão Harry.

Já o cubano Eliseo Ramos, técnico da Venezuela, foi mais enfático. "Os nossos jogadores não souberam como definir a partida."

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