A Federação Internacional de Vôlei (FIVB) rejeitou nesta quinta-feira a proposta de limitar a presença de atletas estrangeiros nos jogos disputados entre clubes. A decisão pode afetar a ideia defendida pela Fifa de aplicar a mesma regra nos clubes de futebol.
A FIVB pretendia estabelecer um limite de dois jogadores estrangeiros, entre os seis atletas que disputam uma partida de vôlei. A regra passaria a valer a partir de 2010, mas foi rejeitada porque os conselheiros consideraram ilegal essa restrição aos direitos de trabalho.
Regra parecida é defendida pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter, que propõe o máximo de cinco estrangeiros entre os 11 jogadores de um time de futebol. Assim, os clubes seriam forçados a começar o jogo com pelo menos seis atletas elegíveis para a seleção nacional.
O objetivo dessas propostas é evitar que os clubes mais ricos concentrem os maiores talentos do mundo e incentivar os times a promover jogadores jovens, radicados no próprio país. Porém, na reunião desta quinta-feira na Suíça, a FIVB rejeitou a ideia e preferiu delegar o assunto às federações nacionais.
Na verdade, a entidade máxima do vôlei mundial já temia reações por parte das federações europeias. "A decisão foi tomada a partir da recomendação da comissão legislativa e da análise do conflito legal entre os direitos trabalhistas da Europa e dos outros países", diz o comunicado da FIVB.
Porta-voz da entidade, Fabrizio Rossini declarou que ainda há espaço para 'acordos diplomáticos' entre as federações e as ligas. "Mas não haverá limites. Todas as opiniões vindas dos representantes europeus são contra essa regra", esclareceu.
As federações europeias e a Fifa discordam abertamente da aplicação dessa regra no futebol. Para os europeus, a ideia é discriminatória, e a melhor proposta seria a da Uefa, que prevê limite baseado não na nacionalidade, mas nos jogadores que foram treinados no país. Assim, os clubes seriam incentivados a trazer jogadores com idade ainda menor.
Mas a Fifa sustenta que a proposta não discrimina por nacionalidade, já que os jogadores podem se tornar elegíveis para a seleção nacional depois de algum tempo em atividade no país. A discussão virá à tona no congresso anual da Fifa, em junho.