O ano seguinte ao de uma Olimpíada geralmente é marcado por renovação nas equipes. Assim como no time masculino, a seleção brasileira feminina de vôlei inicia o processo com a entrada de novas jogadoras em funções importantes. Para o técnico José Roberto Guimarães, os homens têm mais facilidade em mudar o selecionado enquanto as meninas sofrem com ponteiras passadoras.

"Na seleção masculina existe uma renovação maior, com mais opções. A gente está sofrendo um pouco com as ponteiras passadoras. Vai depender muito das jogadoras da base e como vão se desenvolver. Estamos carecendo de ponteiras passadoras", disse Zé Roberto ao canal Sportv.

O Brasil estreou nesta sexta-feira no Grand Prix com vitória sobre Porto Rico. Ainda este ano, o técnico já havia testado suas primeiras alterações no Montreux Volley Masters, na Copa Pan-Americana e no classificatório para o Mundial de 2010 - os três torneios vencidos pelas brasileiras.

A principal alteração é no 'coração' do time, como Zé Roberto costuma dizer. Com a aposentadoria de Fofão da seleção, o posto tem sido ocupado por Dani Lins e pela reserva Ana Tiemi.

"Acho que [a seleção] está em um processo de aprendizado, aclimatação. As levantadoras ainda precisam entender o ritmo de jogo, a velocidade com que as outras atuam e saber que todo o trabalho físico de dar uma melhor velocidade precisa ser transformado em velocidade de jogo. Precisa ser compatível. A Dani está acostumada a jogar com a bola mais alta, mais lenta. Estamos pedindo para acelerar na medida do possível. E elas [levantadoras] estão começando a achar o tempo de cada jogadora", elogiou.

Outra posição que ainda exige a transição é no meio-de-rede, que teve a saída de Walewska. "A Thaísa está no caminho certo. Ela tem qualidade técnica excepcional, tem um bloqueio bom e saca muito bem. Ela tem um dos melhores saques do mundo. Mas ainda precisa melhorar em algumas coisas, que a idade vai lhe dar. Mas ela tem tudo para ser até melhor do que a Walewska", afirmou Zé Roberto.