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Sonnen x Wanderlei: Bellator brilha com luta que o UFC não conseguiu fazer

UOL Esporte

24/06/2017 04h00

Divulgação/Bellator

Por Guilherme Dorini

Digamos que você é dono de um evento de MMA. Já imaginou conseguir fazer a maior luta da história da sua organização sem precisar gastar muito dinheiro com promoção? Impensável não é mesmo? Afinal, para que você tenha uma casa lotada, interesse dos fãs e sucesso em vendas de pay-per-view, é necessário um investimento em divulgação. Não para o Bellator, que viu o combate entre Chael Sonnen e Wanderlei Silva "cair no colo" após anos de desentendimentos entre os dois, agências antidoping e o UFC.

Neste sábado (24), os dois se enfrentarão no Madison Square Garden, em Nova York, no que é tratado como o maior evento da história do Bellator. Sonnen e Wanderlei serão os protagonistas da edição 180 da organização, a primeira que será transmitida no esquema de pay-per-view, e que ainda terá Fedor Emilianenko, a lenda russa, contra Matt Mitrione de "co-main event" (luta secundária).

Para melhorar o cenário que vive a organização, o combate, que certamente terá todos os lugares ocupados no templo do esporte norte-americano, caiu no colo do Bellator. O UFC, organização que possuía contrato com os dois lutadores, fez tudo certo: os colocou treinadores da terceira edição do The Ultimate Fighter Brasil 3, criou uma rivalidade entre os dois e instigou e despertou um interesse grande dos fãs pelo combate. O problema é que nem tudo saiu como Dana White planejava.

No reality show transmitido pela Rede Globo, Wanderlei Silva e Chael Sonnen se envolveram em diversas polêmicas, inclusive em uma briga fora do octógono, durante uma discussão entre os dois em um dos episódios. O capítulo ficou marcado por ter sido incentivado pela produção (palavras do próprio brasileiro), com o intuito de aumentar a rivalidade e instigar ainda mais os fãs para a grande luta.

Reprodução/TV Globo

A princípio, o duelo estava programado para 31 de maio de 2015, quando seria realizado no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, as decisões das duas categorias do reality show. Faltando dois meses para o duelo, Dana White anunciou mudanças na programação, transferindo o duelo entre Sonnen e Wanderlei para julho, em Las Vegas, e colocando Júnior Cigano contra Stipe Miocic como confronto principal do card na capital paulista – Fábio Maldonado acabou entrando no lugar do brasileiro por conta de uma lesão na mão.

Então, na semana do evento, Wanderlei e Sonnen estavam escalados para prestigiarem seus finalistas na grande decisão do programa. No entanto, apenas o norte-americano apareceu em São Paulo. Mais do que isso, a luta entre os dois, marcada para o UFC 175, havia sido cancelada após o brasileiro fugir "pelas portas do fundo" de um exame antidoping – palavras do próprio Dana White.

Sem Wand, que assumiu ter feito uso de uma substância proibida, Vitor Belfort foi escalado para subir ao octógono contra Sonnen no evento. No entanto, alguns dias depois, foi a vez do norte-americano ser flagrado em um exame antidoping. Afetado com a notícia, o antigo desafeto de Anderson Silva, então, decidiu se aposentar, frustrando de vez com os planos do UFC.

Após Sonnen, foi a vez de Wanderlei Silva se aposentar. Revoltado com a postura de Dana White, o "Cachorro Louco" entrou em guerra com o UFC e ainda acabou banido pela Comissão Atlética de Nevada de lutar no estado norte-americano, ou seja, trabalhar em Las Vegas.

Depois de quase dois anos, já em 2016, Wand se desculpou com o UFC, conseguindo, assim, a liberação de seu contato. Dois meses depois, em março, assinou contrato com o Bellator. Sonnen, ainda aposentado, foi se "libertar" de Dana White apenas em setembro, quando também virou lutador da organização rival, fazendo crescer a especulação de que os dois finalmente se enfrentariam.

Divulgação/Bellator

Para especulação virar realidade, foi um pulo. O que o Bellator perderia? A maior preocupação em entidades que organizam luta é: gastar dinheiro com promoção, eventos com os lutadores e, por algum motivo, a luta cair. Neste caso, não havia problema, afinal, o UFC já havia deixado tudo pronto para eles – como já explicamos. Só precisavam marcar a data e pronto. E foi o que aconteceu. Em março deste ano, Scott Coker, presidente da organização, anunciou que os dois encabeçariam o card principal da estreia do evento em Nova York, no lendário Madison Square Garden.

O duelo entre os veteranos tem tudo para explodir de audiência – pelo menos para os parâmetros da organização. Além dos dois, Fedor Emilianenko também volta aos cages, e o evento ainda conta com três disputas de cinturão. Para se ter uma ideia, no ano passado, a disputa que fechou a trilogia entre Royce Gracie e Ken Shamrock, 49 e 52 anos, respectivamente, bateu recorde de audiência na Spike TV, nos EUA, alcançando 2,4 milhões de telespectadores.

O evento será transmitido ao vivo, a partir das 21h (de Brasília), pelo canal Fox Sports. E você também poderá acompanhar todas as lutas pelo Placar UOL Esporte.

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Saiba o que acontece dentro e fora do octógono, relembre as grandes histórias e lutas que fizeram o vale-tudo se tornar o MMA. Aqui também será o espaço para entrevistas, análises, debates, polêmicas e tudo que faz do MMA o esporte que mais cresce no mundo.
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