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Confira a singular história de Byron Moreno, o árbitro mais odiado da Itália - 22/09/2010 - EFE - Esporte
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22/09/2010 - 16h19

Confira a singular história de Byron Moreno, o árbitro mais odiado da Itália

Da EFE
Em Madri (Espanha)

O equatoriano Byron Moreno, detido em Nova York por posse de heroína, era praticamente desconhecido na Europa até a Copa do Mundo de 2002.

Na ocasião, na Coreia do Sul, a seleção italiana teve a oportunidade de conhecer a fundo este árbitro, indicado pela Fifa como um dos melhores do mundo.

Dirigida pelo experiente Giovanni Trapattoni, a Azzurra tinha uma grande equipe, com estrelas como Buffon, Panucci, Maldini, Nesta, Del Piero, Totti e Vieri.

Então tricampeã do mundo, a Itália aspirava ao título, mas nas oitavas de final tropeçou em Moreno e em um "gol de ouro" marcado pelo atacante Jiung Hwan Ahn - que atuava pelo Perugia - no fim da prorrogação.

Os italianos acusaram Moreno pela eliminação da equipe devido a uma série de lances, entre eles um gol anulado de Tommasi e a expulsão de Totti no início do tempo extra por supostamente simular um pênalti.

A eliminação irritou a Itália inteira, e até o presidente do Perugia, Luciano Gaucci, chegou a declarar que não renovaria o contrato de Ahn, mas se retratou depois. No fim, foi o atacante coreano quem deixou o clube.

A Fifa abriu uma investigação que terminou sem acusações, embora não tenha mais permitido que Moreno voltasse a atuar em partidas internacionais.

O equatoriano, que se tornou árbitro da Fifa aos 26 anos, foi muito criticado - de várias formas - pelos italianos. Totti não hesitou em classificá-lo como "gordo".

"Ele tem 20 quilos a mais, não pode correr e está sempre longe dos lances", disse, na época.

Depois, foi "ressuscitado" em uma jogada de marketing inusitada. Em fevereiro de 2003, Moreno foi o "convidado de honra" do carnaval de Cento, um dos mais famosos da Itália.

Além de sua participação no evento, Moreno também fez aparições em programas humorístico-esportivos, um deles da rede pública de televisão Rai 2, da qual teria recebido cerca de US$ 25 mil.

Singular também foi a explicação do produtor do programa, Adriano Aragozzini, quando lhe criticaram por usar recursos públicos para pagar Moreno.

"Necessitávamos de um personagem negativo, e por isso pensamos no mais odiado para os italianos", afirmou.

Se os italianos tivessem se preocupado antes da fatídica partida contra a Coreia do Sul em conhecer mais sobre Moreno, talvez sua sorte no Mundial tivesse sido outra.

Seus antecedentes eram temíveis: na Copa América de 1997, o equatoriano expulsou três jogadores da Argentina em apenas dois minutos em um duelo contra o Peru. Os 'hermanos' perderam por 2 a 1 e também não se esqueceram do árbitro.

Um ano mais tarde, em um confronto no Rio de Janeiro entre Vasco e América, expulsou seis jogadores, dois da equipe cruzmaltina e quatro da mexicana.

Mas há mais. No Equador, encerrou uma partida aos 28 minutos do segundo tempo após expulsar sete jogadores, dois do Green Cross e cinco do Delfín. Com estas atuações, não é de se estranhar que em seu país Equador ele seja conhecido como "O Justiceiro".

Tudo mudou para Moreno em agosto de 2003, não sem antes namorar com a política como candidato a vereador na província de Pichincha, à qual se apresentava para mostrar "cartão vermelho" à corrupção. Não se elegeu.

Em um jogo pelo Campeonato Equatoriano, Moreno permitiu que um duelo fosse disputado por 13 minutos a mais que o tempo regulamentar, e dentro dos acréscimos a LDU marcou os gols que lhe deram a vitória por 4 a 3 sobre o Barcelona de Guayaquil.

A federação de futebol local o suspendeu por 20 rodadas por colocar na ata "fatos falsos" (escreveu que os gols da LDU haviam sido marcados aos 44 e 45 minutos do segundo tempo) e quando voltou, em abril de 2003, cometeu mais erros que mereceram novas punições.

Moreno anunciou sua aposentadoria em 9 de junho deste ano e responsabilizou o presidente da federação de futebol de seu país, Rómulo Aguilar, de agir contra ele.

O árbitro permanece nesta quarta-feira em prisão sem direito a fiança em Nova York após ter sido detido na última segunda no aeroporto JFK por "importar heroína de maneira consciente, proposital e ilegal", segundo a denúncia de um agente do Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos

Por Nemesio Rodríguez.

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