Ele era pouco conhecido em 2006, quando cruzou a linha de chegada na primeira posição da São Silvestre. Dois anos depois, Franck Caldeira tem uma medalha de ouro em Jogos Pan-Americanos, disputou sua primeira Olimpíada e chega à São Silvestre como o maior nome da delegação brasileira, devido também à ausência de Marílson Gomes dos Santos.
Mas nesta caminhada o mineiro precisou superar o desgaste psicológico sofrido após abandonar a participação na maratona em Pequim. "Abalou demais a cabeça dele. Não só com o Franck, mas também com o Marílson", explica Alexandre Minardi, coordenador de atletismo do Cruzeiro, equipe que o atleta defende.
"Ele esperava uma boa atuação e não foi nada do que esperava. Isso mexeu com ele, que só voltou a competir na (Volta da) Pampulha. Aí ele viu que podia ir bem e ganhou ânimo", destaca Minardi, referindo-se à prova mineira em que Caldeira terminou na terceira posição, atrás dos quenianos Nicholas Koech e Kiprono Mutai, rivais que encontrará novamente nesta quarta-feira.
Depois disso, o mineiro participou de uma prova em Fortaleza, treinou na altitude, mas admite que não está na melhor forma para a prova paulistana. "Não fiz nada de especial. Foi diferente de 2006, que foi um ano focado em provas rápidas, mais velozes e cheguei com muito mais confiança naquele ano", lembra Caldeira.
Mesmo assim, o atleta de 25 anos desponta como a esperança brasileira na São Silvestre ao lado de Anoé dos Santos Dias e Giomar Pereira da Silva. Caldeira também será o único atleta a disputar a prova masculina que já foi campeão da São Silvestre.
Único a completar a maratona em Pequim, José Teles da Conceição também competirá na São Silvestre, mas descarta a briga pela vitória. Na China, Teles terminou em 38º lugar. Caldeira abandonou no 24º quilômetro e Marílson saiu no 34º.