Disputar uma Olimpíada é o sonho de qualquer atleta. Mas a estréia de Marily dos Santos no maior evento poliesportivo está longe de ser guardada como uma boa lembrança. As mágoas com as situações vividas na China ainda estão bem vivas na memória da alagoana, que disputa nesta quarta-feira a São Silvestre com largada prevista para às 16h45 (horário de Brasília) e acompanhamento ao vivo do Placar UOL Esporte.

Marily não esquece até hoje dos momentos que antecederam a sua participação na maratona, quando foi a 51ª colocada, com 2h38min10, mais de 11 minutos atrás da romena Constantina Tomescu, medalha de ouro na prova. "Fui abandonada lá. Eu me senti muito sozinha e não gosto nem de lembrar muito", desabafa.

Quatro meses após a participação olímpica, a maratonista lembra que os problemas começaram antes da prova. "Eu não dormi, pois fizeram muita bagunça no quarto do meu lado. Aí eu recebi uma camiseta muito grande. Parecia um abadá de tão grande que parecia até sabotagem", diz Marily.

Chateada, a alagoana lamenta que não teve apoio durante a prova, já que estava sem o seu técnico, Gilmário Mendes, e viu frustrar o sonho olímpico. "Você torce por um momento e, de repente, ele não acontece. Foi triste, pois sabia que podia fazer um tempo de 2h34min se tivesse as condições adequadas", recorda.

Marily espera nesta quarta-feira escrever uma história bem diferente nas ruas de São Paulo, quando disputará a São Silvestre. Ela foi quinta colocada no ano passado, posição que também teve em 2004, e terminou em nono lugar há dois anos. "Não gosto de provar nada a ninguém, mas quero mostrar que podia bem mais. E na pista espero dar a resposta", destaca.

A alagoana se preparou para a prova em Campos do Jordão e espera uma prova bastante equilibrada. "Temos boas concorrentes como a Maria Zeferina e a queniana (Nancy Kipron, vencedora da Volta da Pampulha deste ano), mas sei que posso ter um bom resultado", diz.

Além de Marily, outras apostas brasileiras são Maria Zeferina Baldaia, Marizete Rezende, Edielza dos Santos e Marizete Moreira dos Santos. As duas primeiras, inclusive, podem se tornar a primeira do país a conquistar dois títulos na São Silvestre. Zeferina venceu em 2001, um ano antes de Rezende.