O estádio Olímpico vibrou com o recorde mundial imposto pelo jamaicano Usain Bolt, que cravou 9s58 na final dos 100 m rasos. Fora das pistas, muitos perguntavam qual é o limite dele? E o próprio recordista tratou de aumentar a dúvida. "Estou em uma forma muito boa, mas não como estava em Pequim", disse o velocista, referindo-se ao tempo de 9s69 feito há exatamente um ano.

Após a resposta, Bolt foi rapidamente questionado sobre qual era o máximo que poderia alcançar e ele optou por não fazer previsões. "Tudo é possível. Eu não sei quanto será o novo recorde e se serei eu. Sei que tudo é possível", comentou o recordista mundial.

Tecnicamente, o jamaicano sabe que há pontos para melhorar. Na final, ele foi o terceiro pior em tempo de reação na largada. Ele só saiu 0s146 após o tiro que marca o início da prova. O melhor da final neste item foi o trinitino Richard Thompson, que largou após 0s119. Para se ter uma ideia, o tempo de reação de Bolt foi pior que a do brasileiro Basílio de Moraes na primeira fase dos 100 m. Na ocasião, Moraes saiu após 0s139.

O próprio técnico do velocista, Glen Mills, reconhece que a largada é um de seus pontos fracos. "Há coisas que preciso treinar. Nesta temporada, tive altos e baixos", admite o campeão mundial, que explica ser muito difícil superar, inclusive, o recorde mundial dos 200 m rasos, prova que começa a disputar nesta terça-feira.

"Não penso que vou bater o recorde dos 200 m. Vou correr o máximo que posso, mas será muito duro", afirmou Bolt, que cansou de brincar e arrancar risadas do compatriota Asafa Powell durante a entrevista coletiva. "Isso é bom para o esporte. O Bolt foi espetacular", definiu o terceiro colocado.

O recordista mundial também aproveitou para minimizar as brincadeiras que costuma fazer antes da prova. Na final, por exemplo, ele fingiu pentear a sombracelha, acenou para a plateia, fez o sinal de V nas duas mãos e deu um beijo, ritual que repetiu na semifinal, poucas horas antes.

"Eu me divirto antes da corrida, mas depois eu me concentro. Sei o que é necessário eu fazer e não tenho preocupação", disse o velocista, que deu uma volta olímpica no estádio e ainda voltou horas depois ao local onde quebrou o recorde e cumprimentou funcionários que limpavam a pista.

Atualizada às 19h04