A contratação do superpivô Shaquille O'Neal deveria levar o Phoenix Suns ao título da NBA. Deveria. O que aconteceu foi justamente o contrário. Com os playoffs da temporada 2008/2009 se aproximando, os Suns correm o risco de ficar, pela primeira vez desde 2003/2004 fora das finais do basquete norte-americano.
A chegada do gigante de 2,16 m coincidiu com a implosão dos Suns. Hoje, o time é o nono colocado da Conferência Oeste, com 53,1% de aproveitamento, uma posição atrás do Dallas, que seria o último classificado. A equipe não tinha um desempenho tão ruim desde 2003, na primeira temporada de Mike D'Antoni, hoje no New York Knicks, no comando do time.
A implosão com Shaq fica evidente quando se compara o rendimento dos Suns antes da contratação. No ano passado, quando o pivô chegou ao Arizona, o Phoenix tinha rendimento de 70% na temporada - era o melhor time da NBA naquele momento. Nos três anos anteriores à chegada do pivô somados, o time venceu 71% das suas partidas.
Com o gigante, o desempenho despencou e o aproveitamento caiu para 61%. Dos 34 jogos com Shaq, na temporada regular 2007/2008, o Phoenix venceu 21. Neste ano, com Terry Porter, demitido no mês passado, e Alvin Gentry, o novo técnico, no comando, o desempenho ficou ainda pior, com 54%. A aproveitamento total da Era Shaq nos Suns é de 56%.
O número não chega a ser horrível para a NBA. Na Conferência Leste, por exemplo, valeria uma vaga entre os quatro primeiros colocados. Mas para os padrões dos Suns desde 2004, quando a dupla Mike D'Antoni e Steve Nash foi formada, é uma queda considerável.
Responsável pela revolução dos Suns, Mike D'Antoni deixou o time após a eliminação nos playoffs da temporada passada, por problemas com o gerente do time, Steve Kerr. Enquanto dava as cartas em Phoenix, porém, ele revolucionou o time transformando uma equipe perdedora até 2004 no melhor time da NBA já em 2005.
Ele deixou o cargo com um histórico de 253 vitórias e 136 derrotas, incluindo a temporada 2003/2004, na qual o time do Phoenix era um dos piores de toda a liga. Apostando na velocidade de jogo e em arremessos rápidos, seu time foi para os playoffs nos quatro anos seguintes - mas não se classificou para a final da NBA nenhuma vez.
O mais irônico do caso, porém, é que enquanto o desempenho dos Suns cai, o de Shaq sobe. Aos 37 anos, o superpivô ostenta médias de 18,1 pontos e 6,3 rebotes. Os números são os melhores de sua carreira desde 2006, quando levou o Miami Heat ao título da liga. "Eu não me sentia tão bem assim no final de uma temporada há muito tempo", comemora o jogador, que nos últimos anos batalha contra lesões e o próprio peso.