Na festa de despedida do ídolo Sorín, na noite desta quarta-feira, no Mineirão, que recebeu um grande público, o objetivo do Cruzeiro de chegar ao G4 do Brasileirão se fez presente. Tanto que em menos de 30 minutos do primeiro tempo da vitória sobre o Argentino Juniors, por 2 a 1, o técnico Adilson Batista já havia feito cinco substituições para poupar titulares para o jogo contra o Sport, em Recife, no próximo sábado. No total, foram 14 alterações feitas ao longo dos 90 minutos.
SORÍN SE DESPEDE NO MINEIRÃO
Foi um jogo totalmente diferente. O goleiro Peric, da equipe visitante, alternava boas defesas com fotografias tiradas de uma câmera que deixava no canto do seu gol. "É uma festa bonita para Sorín, que merece isso e muito mais. Estou muito contente para apoiar também. Porque não tirar fotos deste momento, que está lindo", explicou o goleiro do Argentino Juniors, ao deixar o gramado, para o intervalo do jogo.
No segundo tempo, Sorín trocou de lado e vestiu por alguns minutos a camisa do seu primeiro clube profissional, voltando depois a atuar pelo time mineiro. O resultado é o que menos interessava, em uma noite repleta de emoção, que contou com uma preliminar disputada por amigos de Sorín, incluindo ex-craques como Sócrates, Raí, Rincón e artistas como Toni Garrido, Gabriel Pensador, entre muitos outros.
Houve ainda lançamento da camisa 3 do Cruzeiro, utilizada no amistoso internacional; uma série de homenagens ao ídolo argentino e show do Skank, que levantou os cruzeirenses. Nada comparado, no entanto, à entrada do homenageado, por volta das 21h, levando no colo a filha Elisabeta, nascida em Belo Horizonte.
Ele recebeu placa eternizando-o como ídolo celeste, colocou seus pés no hall da fama do Mineirão e saudou o torcedor. O coro de "Sorín", no entanto, calou o craque, de 33 anos, que não conteve a emoção. "Vamos ajudar muita gente com tudo que vocês trocaram pelos ingressos. Obrigado à diretoria do Cruzeiro, a cada um dos funcionários, dos jogadores e especialmente a cada um de vocês", disse Sorín, entre lágrimas.
Em reconhecimento à importância de Sorín, Adilson Batista mandou a campo um time forte, com muitos titulares. Dos que atuaram na derrota para o Fluminense, por 3 a 2, domingo passado, apenas três não jogaram: Jonathan, que abriu espaço para a entrada do dono da festa, com Diego Renan passando para a lateral direita, Thiago Heleno e Fabrício, poupados por pequenas contusões. "Sei o que é parar de jogar futebol coloquei para eles a importância de valorizar o momento", disse Adilson.
Titular contra o Flu, por causa da suspensão de Thiago Ribeiro, o equatoriano Guerrón atuou na etapa final e fez gol. Aos 35 minutos do primeiro tempo outras duas mudanças foram feitas. Patric e Eliandro substituíram a Diego Renan e Wellington Paulista. Mas os olhos dos mais de 42 mil torcedores, que compareceram ao Mineirão, estavam voltados mesmo para o argentino Sorín. Foram trocados 90 toneladas de alimentos não perecíveis por ingressos.
E o camisa 6 não guardou posição. Na maior parte do tempo, ele atuou como atacante. Prova disso é que o "capitão" cruzeirense finalizou várias vezes, inclusive de cabeça, aos 22 min. Aos 43 min da etapa inicial, em outro lance típico de centroavante, Sorín foi lançado por Fernandinho, dominou e bateu, mas errou o alvo, colocando a bola por cima do travessão. "Senti muito, mas estou curtindo, o jogo está bonito, tomara que a gente possa fazer um gol no segundo tempo", disse o homenageado.
Para a etapa final, Sorín entrou em campo no lugar de Alfonso, ostentando a camisa 3 do Argentino Juniors, colocada em cima do uniforme do Cruzeiro. Já Athirson, que há muito tempo não atuava, por causa de contusões, substituiu ao ídolo argentino. Várias outras mudanças aconteceram durante a etapa final dos dois lados. O time argentino não veio a Belo Horizonte com força total por causa do jogo com o Rosário Central, pelo Apertura, na próxima sexta-feira.
Mais presente ao ataque, o Cruzeiro não demorou a fazer o seu gol. Bernardo, que no minuto anterior havia sido impedido por difícil defesa do goleiro Peric, conseguiu balançar as redes, aos 7min. Na comemoração, ele foi abraçado e carregado por Sorín, que estava com a camisa do adversário.
Mas por pouco tempo. Nesse jogo em que valia tudo para homenagear o ídolo, aos 12min, ele voltou a jogar pelo Cruzeiro, na vaga de Fernandinho e sendo substituído no Argentino Juniors por Franco. Mais uma vez o torcedor celeste foi à loucura. Aos 20min, Guerrón fez o segundo gol celeste. No melhor estilo futsal, jogadores saíam e voltavam, e o Argentino Juniors diminuiu com Santibáñesz, mas nada que atrapalhasse a festa de Sorín, que jogou todo o tempo, sem conseguir fazer seu gol.
CRUZEIRO 2 x 1 ARGENTINO JUNIORSCruzeiroFábio (Andrey) (Rafael); Diego Renan (Patric), Gil (Vinícius), Fabinho (Neguetti) e Sorín (Athirson); Henrique (Jancarlos), Marquinhos Paraná (Elicarlos) (Uchoa), Fernandinho (Sorín) e Gilberto (Bernardo); Thiago Ribeiro (Guerrón) e Wellington Paulista (Eliandro) (Leandro Lima)
Técnico: Adilson Batista
Argentino JuniorsPeric (Frandino); Fernandez, Berardo (Sola), Basulado e Sola (Alfonso); Lima, Rios (Salazar), Garcia (Domingues) e Gianni (Santibáñesz); Romero (Jaime) e Alfonso (Sorín) (Franco)
Técnico: Norberto Batista
Data: 04/11/2009 (quarta-feira)
Local: Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Cleisson Veloso (MG)
Auxiliares: Celso Luiz da Silva (MG) e Cíntia Mara da Silva (MG)
Cartões amarelos:Fernandez, Franco (Argentino Juniors); Wellington Paulista, Leandro Lima (Cruzeiro)
Gols: Bernardo, aos 7min, Guerrón, aos 20min, Santibáñesz, aos 45min do segundo tempo