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Ofensividade de Manchester e Barça vira tendência entre times brasileiros - 27/05/2009 - UOL Esporte - Futebol
UOL Esporte Futebol
 
27/05/2009 - 07h01

Ofensividade de Manchester e Barça vira tendência entre times brasileiros

Luiz Gabriel Ribeiro*
Em São Paulo
A classificação de Barcelona e Manchester United para a final da Liga dos Campeões coroou a escolha por esquemas ofensivos, mas que ao mesmo tempo usam a obediência tática de seus jogadores para não se tornarem expostos. Os finalistas da maior competição entre clubes do mundo se organizam de maneira semelhante em campo e chamam atenção das equipes brasileiras. Inspirados nas potências europeias, treinadores adotam táticas parecidas e tentam se adaptar levando em conta a realidade que encontram em seus times no Brasil.

OLHAR SOBRE O BARCELONA: ESQUEMA TÁTICO DA EQUIPE
AP
Thierry Henry é uma das armas do esquema tático do técnico Guardiola no Barcelona
Formação: Esquema ofensivo em 4-3-3, baseado no vigor de Lionel Messi, Samuel EtoŽo Thierry Henry, que têm o apoio criativo de Andrés Iniesta e Xavi no meio de campo. Assim, o Barcelona tem um potencial incomparável no ataque.
Defesa: Pep Guardiola tem possibilidades de jogar com improvisações no setor. Carles Puyol pode ser colocado na lateral-direita, Yaya Toure joga no meio e na defesa, assim como Seydou Keita tem capacidade de jogar nos dois setores, sempre pelo lado esquerdo.
Meio-campo: Iniesta é fundamental para o Barcelona. O jogador que decidiu a partida contra o Chelsea tem o papel de 'surpresa' no esquema de Guardiola. Quando a marcação sobre o trio ofensivo aperta, Xavi também aparece na frente.
Ataque: Messi, EtoŽo e Henry trocam de posições a todo momento em incrível velocidade. O francês costuma ir para a direita, e o argentino para a esquerda quando a marcação adversária encaixa.
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O Barcelona tem três atacantes, sendo que Henry e Messi voltam para auxiliar na marcação, e Eto'o fica centralizado. O trio ofensivo é municiado por dois meio-campistas eficientes também nos dois itens: Xavi e Iniesta, este o autor do gol que classificou a equipe espanhola para a decisão da Liga, contra o Chelsea. A velocidade do ataque é a principal arma do time, que marcou nada mais nada menos que 104 gols no Campeonato Espanhol.

O Manchester também tem dois avantes velozes (Cristiano Ronaldo e Rooney) que ajudam atrás e dois meias fundamentais no ataque e na defesa: Carrick e Fletcher, este suspenso na decisão da Liga. Anderson também faz bem o papel defensivo, enquanto o experiente Ryan Giggs e o coreano Park Ji-sung ficam mais próximos do ataque. O treinador Alex Ferguson também pode optar por um esquema mais ofensivo, com Rooney e Ronaldo um pouco recuados, e Berbatov ou Tevez no comando de ataque.

Com jogadores menos 'badalados', os técnicos brasileiros testam as opções ofensivas em seus clubes. Corinthians e Santos são exemplos de como o esquema pode ser usado com sucesso no Brasil. Vanderlei Luxemburgo, do Palmeiras, também já fez elogios à tática usada por Barcelona e Manchester e sempre cita os dois times como exemplos para os brasileiros pela forma como utilizam os seus atacantes, como pontas.

Uma das peças-chave do esquema de Pep Guardiola no Barcelona, Daniel Alves admite que não há segredos para o sucesso. Segundo ele, a principal arma da equipe é nunca se desorganizar, mesmo com placares adversos. "O que o Barcelona tem foi apresentado durante toda a temporada. Não há o que esconder. A nossa mentalidade de jogo é sempre igual, por isso não mudamos o nosso esquema nunca", diz o lateral-direito em entrevista ao UOL Esporte.

OLHAR SOBRE O MANCHESTER: FORÇAS DO ESQUEMA TÁTICO
AFP
Wayne Rooney cumpre um importante papel defensivo no esquema do United
Formação: Alex Ferguson tem utilizado o esquema 4-3-3 e conquistado bons resultados. No entanto, o Manchester não fica preso a formações táticas. Com Park Ji-sung à direita, ele pode optar pelo 4-4-2.
Defesa: O Manchester tem excelente defesa e conta com titulares fortes em todas as posições, além de qualidade no banco. Rio Ferdinand e Nemanja Vidic comandam o setor. Além disso, os ingleses podem contar com a vivência de Ferguson em táticas.
Meio-campo: Park Ji-sung e sua energia são armas importantes. Michael Carrick tem a capacidade de ler o jogo, assim como Ryan Giggs que também tem a experiência a seu favor. Anderson é capaz de jogar em quase todas as posições do meio, mais uma arma para o técnico.
Ataque: Wayne Rooney e Cristiano Ronaldo mostram a força de ataque do Manchester. O português também pode jogar mais recuado, junto com Rooney. Assim, Dimitar Berbatov ou Carlos Tevez podem ser titular.
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Vice-campeão paulista com uma tática parecida com a de Manchester United e Barcelona, o Santos aposta na velocidade de seus jogadores. Com Neymar e Madson, Vagner Mancini consegue fazer adaptações para organizar o seu time com três atacantes. "Uso esse esquema desde o Vitória. Consigo descentralizar o jogo e posso usar no Santos sem problema. Mas isso depende da característica de cada equipe, porque essa tática precisa da velocidade dos atletas", lembra o treinador.

Velocidade não é problema para o Internacional. Com Taison e Nilmar no ataque, o técnico Tite pode usar também o meia D'Alessandro na frente. De acordo com Andrezinho, a equipe colorada usa uma espécie de variação do 4-3-3.

"Além do Taison e do Nilmar, que são atacantes de fato, o D'Alessandro está sempre junto com eles. Assim, o time pode ficar com três jogadores na frente", analisa o meia.

Além de confrontos entre estrelas mundiais dentro de campo - sobretudo entre Cristiano Ronaldo e Messi - a esperada decisão entre Manchester e Barcelona opõe gerações no banco de reservas. Desde 1986 à frente do clube inglês, Alex Ferguson consegue se manter no cargo com títulos e contratações acertadas. Já Pep Guardiola, ex-jogador do próprio Barcelona, inicia uma trajetória vitoriosa no comando da equipe. Entre treinadores que priorizam o jogo ofensivo, a dúvida está somente em qual astro irá decidir o título...

* Com escritórios de São Paulo e Porto Alegre

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