Nesta sexta-feira, o Campeonato Alemão dará o pontapé inicial para a temporada 2009/10. No entanto, uma das ligas mais importantes da Europa sente os efeitos de uma mudança. As equipes do país não foram páreo para cobrir ofertas vindas de outros grandes centros e viram alguns de seus destaques irem embora.

Estes foram os casos do meio-campista Diego, que trocou o Werder Bremen pela Juventus (cerca de 24,5 milhões de euros), e do zagueiro Lúcio, que deixou o Bayern de Munique e acertou com a Internazionale (em torno de 8 milhões). Em compensação, as equipes alemãs apostaram alto em reforços de seu próprio mercado interno.

As compras feitas no exterior foram feitas em lugares de menor destaque no cenário europeu, como França, Holanda e Rússia. A palavra de ordem para estas contratações foi economizar ao máximo. Além disso, as 'caras novas' do futebol alemão, em grande parte, passam longe da condição de jovens promessas.

A maior contratação do Bayern de Munique, por exemplo, veio do Stuttgart. O atacante Mario Gómez custou 35 milhões de euros aos cofres do time bávaro. O clube também pagou 11 milhões de euros ao Zenit St. Petersburg pelo meio-campista Anatoliy Tymoschuk, e outros 7,7 milhões de euros pelo também meia Danijel Pranjic, ex-Heerenveen-HOL.

Outra característica interessante para a temporada 2009/10 fica por conta da troca de treinadores entre os principais concorrentes. Além do Bayern, o Wolfsburg perdeu Felix Magath, um dos principais responsáveis pela vitoriosa campanha, que foi para o Schalke 04. Os Lobos agora confiam em Armin Veh para a busca do bicampeonato da Bundesliga.

O Hamburgo, que reforçou seu meio-campo com Zé Roberto sem ter gastos com sua contratação, trouxe Bruno Labbadia para comandar o grupo. Ex-clube de Labbadia, o Bayer Leverkusen preencheu a vaga com Jupp Heynckes, que exerceu a função de forma interina no Bayern de Munique no fim da temporada após a saída de Klinsmann.

O campeão Wolfsburg preferiu manter sua base vencedora e gastou pouco. Por Kahlenberg, Ziani e Martins, a equipe investiu 19 milhões de euros. A aposta foi resistir ao assédio (como o feito pelo Milan pelo atacante Edin Dzeko) e renovar contratos de suas estrelas, como o próprio Dzeko e Misimovic.

Por falar nos Lobos, a quebra da hegemonia no país fez o Bayern promover uma grande mudança. Além de reformular seu elenco, a equipe trocou de treinador. Louis van Gaal, ex-AZ, tem a missão de fazer a equipe convencer em campo, o que não ocorreu na temporada passada sob as ordens de Jürgen Klinsmann e Juup Heynckes.

"A hegemonia do Bayern de Munique acabou. Os times menores vêm se estruturando e há mais candidatos ao título. O Wolfsburg tem um elenco de qualidade, o Schalke tem um elenco de qualidade e Hamburgo e Stuttgart também têm chances de lutar pela taça. Não será um campeonato tão fácil assim", analisou Maicosuel, um dos reforços contratados pelo Hoffenheim.

Aliás, a equipe tem nesta sua segunda temporada na primeira divisão o peso de repetir a boa campanha de 2008/09, quando ficou em sétimo lugar. O Hoffenheim levou o simbólico título de 'campeão de inverno', mas apresentou uma queda súbita de rendimento que coincidiu com a lesão de Ibisevic, seu principal artilheiro. Com o atacante em suas melhores condições físicas, o time espera reencontrar o bom futebol.

Para Naldo, zagueiro do Werder Bremen, este equilíbrio permitirá uma disputa ainda mais emocionante pela taça. "Os times se reforçaram muito. A qualidade foi muito grande na temporada passada e esse ano será assim de novo. O Schalke 04 pegou o treinador campeão pelo Wolfsburg; Stuttgart, Bayer Leverkusen e Wolfsburg são excelentes times, com muita qualidade", avaliou.

O Hertha Berlim, que também flertou com a liderança, chega mais uma vez na condição de possível surpresa. E se perdeu Gómez, sua principal referência ofensiva nos últimos anos, o Stuttgart se reforçou com Pogrebnyak, artilheiro da Copa da Uefa pelo Zenit St. Petersburg em 2007/08. Com tantas possibilidades, o Bayern tem motivos de sobra para temer a concorrência cada vez mais acirrada.

A curiosidade ficou por conta do Mainz. O campeonato nem começou e a equipe, recém-promovida, demitiu o treinador Jörn Andersen após a eliminação prematura da equipe na Copa da Alemanha. O técnico norueguês foi substituído por Thomas Tuchel.