Terra natal de Che Guevara, capital nacional das mulheres bonitas, "Chicago argentina". Rosario é reconhecida por diferentes apelidos ou personalidades, mas nesta semana se tornou simplesmente o palco de Argentina x Brasil. A cada dia que passa, a cidade localizada a 300 km de Buenos Aires vive mais intensamente o jogo deste sábado, às 21h30, pelas eliminatórias para a Copa do Mundo.
Nas televisões, nas rádios ou nos jornais, o clássico já é o tema predominante. As conversas entre argentinos e brasileiros, por mais amigáveis que sejam, frequentemente terminam na partida, com provocações de ambos os lados. E nomes como Maradona, Dunga e Messi (natural da cidade) estão em constante exposição.
Mas Rosario também chama a atenção em outras áreas além das situadas dentro do Gigante de Arroyito, estádio que receberá o clássico. Com frequência, é possível "esbarrar" nos apelidos da cidade e em referências a Che Guevara, um dos mais famosos revolucionários comunistas da história.
Che nasceu em Rosario por um acaso, segundo grande parte das biografias. Sua família estava em um navio a caminho de Buenos Aires quando sua mãe percebeu que precisaria fazer o parto na cidade. Desembarcou e teve Ernesto Guevara de la Serna em 1928. Viveram alguns dias em Rosario e logo seguiram viagem rumo à capital.
Apesar do curto período, a imagem de Che Guevara ainda é explorada na cidade. E algumas iniciativas têm finalidade puramente comercial. O apartamento onde sua família residiu por pouco tempo já foi transformado em museu, mas hoje está fechado. Uma placa indicativa permanece. Já o albergue ao lado decidiu aproveitar a vizinhança famosa e adotou o nome do revolucionário.
Em outra região, Che Guevara virou uma praça. Pelos quatro cantos do endereço há placas indicativas com sua foto e nome. Entre elas, uma imponente estátua do líder revolucionário. Mas o mais comum é encontrar seu rosto pintado em muros, muitas vezes com a cor do Rosario Central, seu time de coração.
Já o apelido de "Chicago argentina" remete ao fim do século 19, quando a cidade abrigou conhecidos mafiosos. Hoje, o tema está adormecido, mas promete ficar mais intenso até o final do ano. Ou, mais precisamente, até a inauguração do City Center Rosario, um grande cassino que está prestes a funcionar com hotel e centro de eventos.
Mas o orgulho dos rosarinos é outro. Os homens falam abertamente. As mulheres são mais contidas. E todos se gabam: consideram a cidade a "capital nacional das mulheres bonitas". Entre a geração atual, destaque para duas beldades locais: a "leona" Luciana Aymar, da seleção de hóquei sobre a grama, e a modelo Amalia Granata, dona de declarações polêmicas sobre sexo e envolvida em romances com famosos.
Durante esta semana, Che, mafiosos e belas mulheres terão algo mais em comum do que a ligação com Rosario: todos ficarão em segundo plano diante de Argentina x Brasil, um dos maiores clássicos do futebol mundial e que é de fundamental importância para a caminhada dos anfitriões rumo à Copa de 2010.