Atual campeão, o Milan temia por uma eliminação precoce na Liga dos Campeões, principalmente porque poderia ser sua única oportunidade de conquistar alguma competição na temporada. E foi justamente o que ocorreu. Mesmo jogando no estádio San Siro e com a necessidade de uma simples vitória, os italianos perderam para o Arsenal por 2 a 0 e viram o rival assegurar presença na fase quartas-de-final da competição.

A classificação era considerada como uma espécie de "salvação" para a equipe comandada por Carlo Ancelotti. Já havia sido eliminada da Copa da Itália e começa a ver cada vez mais distante a última vaga do país para a próxima edição da Liga dos Campeões. Ocupa a quinta posição do Campeonato Italiano, com 43 pontos, quatro atrás da quarta colocada Fiorentina.

Por isso, após o 0 a 0, no jogo de ida, em Londres, o Milan apostou todas as suas fichas no torneio. Kaká, Pirlo, Inzaghi e Nesta, por exemplo, foram poupados das últimas rodadas do Italiano e voltaram diante os ingleses. Mesmo fortalecidos, os italianos apresentaram inúmeras falhas, sofreram dois gols no final do jogo e foram eliminados.

Diferentemente dos milanistas, a situação do Arsenal na temporada não era tão preocupante. Entretanto, uma desclassificação poderia atrapalhar os planos para a conquista do Campeonato Inglês.

Desta forma, o time treinado por Arsène Wenger, que não contou com o atacante brasileiro naturalizado croata Eduardo Silva (fratura na perna esquerda), ganha um fôlego extra para evitar a aproximação do Manchester United na Premier League. Após dois empates seguidos, soma 65 pontos, apenas um à frente do adversário.

No final, Arsenal elimina italianos

O Milan não estava disposto a ser surpreendido pelo rival. Por isso, optou por uma postura mais ofensiva. E até criou algumas oportunidades. Aos 8min do primeiro tempo, Maldini desviou cobrança de escanteio e que só não foi traduzido em gol graças à defesa com os pés do goleiro Almunia.

Ao contrário do que apresentou no primeiro jogo das oitavas-de-final, o meia Kaká dava sinais de que poderia decidir o confronto. Pelo menos no começo do jogo, chamou a responsabilidade e foi o principal articulador dos italianos. Aos 21min, acertou uma belo chute e quase abriu o marcador.

O Arsenal, por outro lado, chegava pouco ao gol do adversário. Porém, quando conseguia superar a forte marcação do Milan, quase marcou. Isolado na frente, o togolês Adebayor fez uma boa jogada individual e bateu forte, aos 28min. Atento, o australiano Kalac espalmou para escanteio.

Passada a pressão inicial, os ingleses equilibraram a partida e tiveram a melhor chance da etapa inicial. Aos 33min, Adebayor tocou para o espanhol Fábregas, que acertou o travessão rival.

Para a etapa final, o Arsenal acertou a sua marcação e voltou melhor. Logo aos 2min, o zagueiro Senderos exigiu uma difícil defesa de Kalac. Já o Milan pouco produzia e sentia a pressão.

Para se ter idéia, o brasileiro Alexandre Pato quase não apareceu na partida. Teve apenas uma grande chance. Aos 33min, recebeu na direita, driblou um defensor e chutou com perigo. E foi só.

O duelo caminhava para a prorrogação. Até que aos 39min o espanhol Fábregas arriscou de longe e fez um belo gol. A partir daí, os donos da casa entraram em desespero e não conseguiram reverter o placar. Para piorar, Adebayor completou cruzamento de Walcott e, nos acréscimos, ampliou para os visitantes. 2 a 0.

MILAN
Kalac, Oddo, Nesta, Kaladze e Maldini; Gattuso, Pirlo, Ambrosini e Kaká; Inzaghi (Gilardino) e Alexandre Pato.
Técnico: Carlo Ancelotti

ARSENAL
Almunia, Sagna, Gallas, Senderos e Clichy; Eboué (Walcott), Flamini Fábregas, Hleb (Gilberto Silva) e Diaby; Adebayor.
Técnico: Arsène Wenger

Estádio: San Siro, Milão em (ITA)
Árbitro: Konrad Plautz (AUT)
Auxiliares: Egon Bereuter (AUT) e Markus Mayr (AUT)
Cartões amarelos: Hleb, Clichy e Eboué (Arsenal); Inzaghi, Pirlo e Kaká (Milan)
Gols: Fábregas, aos 39min, e Adebayor, aos 46min do segundo tempo.