Em um esquema excessivamente defensivo e confuso, que não lembrou em nada o time que goleou o rival Atlético-MG, por 5 a 0, no último domingo, o Cruzeiro foi derrotado pelo Boca Juniors, por 2 a 1, nesta quarta-feira, no Estádio La Bombonera, pelo jogo de ida das oitavas-de-final da Libertadores. Pelo que não jogou o time celeste e pela quantidade de chances desperdiçadas pelos argentinos, o clube mineiro pode se considerar no lucro. Ainda faltava 1 minuto para terminar a partida, quando um objeto foi atirado ao campo e atingiu o árbitro assistente Pablo Fandiño e a partida foi encerrada.
Com a derrota por placar apertado, a única vitória celeste como visitante na atual Libertadores, continua sendo sobre o Cerro Porteño, por 3 a 2, pela fase preliminar da competição, enquanto o Boca continua com 100% de aproveitamento em casa, já que venceu seus quatro jogos como mandante. Apesar de o discurso dos jogadores do Cruzeiro, nos dias que antecederam a partida, ter sido de que tentariam repetir a façanha de 1994, quando o clube celeste venceu por 2 a 1, tornando-se um dos três brasileiros a conseguirem esse feito - os outros foram Santos, em 1963, e Paysandu, em 2003 -, com a bola rolando a equipe não mostrou essa disposição. O técnico Adilson Batista já havia dado dicas de que mudaria o sistema tático da sua equipe para enfrentar o poderoso Boca Junior, optando por um esquema mais cauteloso. E o treinador, que tem surpreendido por algumas escalações, voltou a fazer isso. Ele abriu mão de jogar com laterais especialistas e colocou cinco volantes em campo. Além disso, Marquinhos Paraná, que deveria atuar pelo lado direito, função com a qual já está acostumado, acabou escalado mais pelo lado esquerdo, muitas vezes até como um terceiro zagueiro. Henrique, Charles e até Fabrício se revezavam pela direita, enquanto o quinto volante, Ramires, tentava se aproximar um pouco mais dos homens mais ofensivos: Wagner, Guilherme e Marcelo Moreno. O lateral-esquerdo Jadílson, um dos destaques do clássico mineiro, ficou no banco. Em função dessa mudança tática, o time celeste no primeiro tempo foi muito confuso, com os jogadores desentrosados e sem encontrar o seu posicionamento ideal. O Boca, que iniciou a partida exercendo a esperada pressão, não demorou para fazer o seu gol, por meio de Riquelme, aos 6min. Depois disso, o time argentino criou e desperdiçou outras oportunidades, para ampliar o placar, enquanto o Cruzeiro pouco perigo levou ao gol de Caranta na etapa inicial. Aos 45min, Maidana se enrolou e pôs a mão na bola, mas o árbitro uruguaio Jorge Larrionda não assinalou o pênalti reclamado pelos cruzeirenses. Os dois times voltaram com as mesmas formações para o segundo tempo e o cenário também não se alterou. O Boca pressionando e o Cruzeiro se defendendo. Em apenas seis minutos, a equipe de Riquelme desperdiçou três ótimas chances, duas delas com Palermo e outra com Palácio. O domínio seguia total, até que Dátolo fez 2 a 0, em boa jogada pela esquerda, quando driblou um marcador e encheu o pé. Palermo, aos 27min desperdiçou mais uma chance, chutando a bola na trave. Na base do quem não faz, leva, o Cruzeiro, que até então apenas se defendia, conseguiu um gol precioso, aos 32min, quando Fabrício, que voltou a jogar como titular após a cirurgia para correção de hérnia inguinal, acertou chute de longe, que ainda desviou na zaga e enganou o goleiro Caranta. Depois disso, o time mineiro melhorou ofensivamente e ainda teve chance de empatar, mas o jogo terminou com o placar de 2 a 1 para o time argentino. Boca Juniors Caranta; Alvaro González, Maidana, Cáceres e Fabián Monzon; Fabián Vargas (Ledesma), Sebastián Battaglia e Dátolo (Chávez); Riquelme, Rodrigo Palacio e Martín Palermo Técnico: Carlos Ischia Cruzeiro Fábio; Charles, Espinoza, Thiago Heleno e Marquinhos Paraná; Henrique, Fabrício, Ramires e Wagner (Marcinho); Guilherme (Jonathan) e Marcelo Moreno Técnico: Adilson Batista Data: 30/4/2008 (quarta-feira) Local: La Bombonera (Argentina) Árbitro: Jorge Larrionda (URU) Assistentes: Pablo Fandiño (URU) e Miguel Nievas (URU) Cartões amarelos: Henrique, Wagner (Cruzeiro); Vargas (Boca Juniors) Gols: Riquelme, aos 6min do primeiro tempo; Dátolo, aos 20 min, Fabrício, aos 32min do segundo tempo UOL Busca - Veja o que já foi publicado com a(s) palavra(s) |