Em mais um capítulo da crise política do Atlético-MG, um desentendimento entre o diretor de futebol, Alexandre Faria, e o ex-presidente Afonso Paulino, que assumiu o futebol do clube, causou, no mínimo, constrangimento no vestiário do Mineirão antes do clássico com o Cruzeiro, neste domingo. O time alvinegro acabou derrotado pelo rival por 2 a 0.
Afonso Paulino pediu a Alexandre Faria que deixasse o vestiário e anunciou que ele estava demitido. O ex-presidente acusou o diretor de integrar uma quadrilha dentro do Atlético para empresariar atletas.
"Eu descobri mais uma quadrilha dentro do Atlético. Esse moço, que se diz diretor de futebol, ele é empresário, tem uma empresa de compra e venda de jogadores", disse em entrevista à
Rádio Itatiaia.
Segundo Paulino, outras três pessoas ligadas ao clube, cujos nomes não informou, fazem parte da quadrilha. O ex-presidente atleticano concederá entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira para dar mais detalhes do assunto, mas antecipou que os quatros acusados serão demitidos.
"Ele (
Alexandre Faria) tem vários contratos com o Atlético, foram feitos anteriormente, e cada jogador que vende ele tem 3%, além de ter um salário fixo", afirmou Afonso Paulino, que assumiu o futebol depois da renúncia do presidente Ziza Valadares em 18 de setembro.
Em entrevista à
Rádio Itatiaia, Alexandre negou a acusação do conselheiro e quer que ele apresente provas. "Acabou a época da ditadura, as pessoas simplesmente não podem falar as coisas ao vento e ficar assim mesmo, eu tenho uma família em Belo Horizonte, eu tenho uma história em Belo Horizonte", ressaltou.
Em mais um capítulo da rivalidade do clássico mineiro, iniciado há 87 anos, o Cruzeiro, dono de melhor campanha no Campeonato Brasileiro, fez valer a superioridade e derrotou o rival Atlético-MG por 2 a 0, neste domingo, no Mineirão. |
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O diretor explicou o contrato ao qual Afonso Paulino referiu-se: "Todo mundo sabe que quando eu fui contratado pelo Atlético, e a gente colocou no Atlético mais de 19 milhões de reais pelo área internacional, eu tinha a participação de 3% em alguns negócios novos. Quando eu assumi a diretoria de futebol, por exigência minha, esse contrato foi rescindido".
Alexandre Faria negou também que seja empresário de jogador. "Eu não sou empresário de jogador, ele vai ter de provar, é só perguntar para os jogadores", disse o diretor, que questionou a autoridade de Afonso Paulino para demiti-lo. "Eu acho que ele não tem autonomia para me demitir porque ele é um conselheiro", acrescentou.
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