Depois de não conseguir o apoio necessário na reunião realizada em outubro, no Conselho Deliberativo, o presidente do Palmeiras, Affonso Della Monica, teve uma nova derrota política neste sábado. O atual mandatário não atingiu o número de votos necessários dos sócios para permanecer no cargo até novembro e, com isso, o clube terá eleições em janeiro, em data ainda a ser agendada.
Cercado de muitas discussões nos bastidores, o pleito deste sábado, que contou com urnas eletrônicas, teve a participação de 1436 associados. Para vencer, Della Monica precisava que dois terços desse total apoiassem a extensão do seu mandato, mas o atual presidente teve 110 votos a menos do que o necessário, ganhando assim 848; 562 foram contrários, enquanto outros 26 anularam.
Logo após a conclusão dos trabalhos, houve um início de tumulto. Enquanto deixava a quadra do clube, local da assembléia de sócios, escoltado por seu segurança e desapontado, um conselheiro passou a gritar frases como "você caiu" para o mandatário. Logo na seqüência, simpatizantes do atual presidente responderam, iniciando uma discussão, rapidamente contornada pelos presentes.
"O Palmeiras foi campeão hoje [sábado] do principal campeonato do ano. Tentaram de tudo para continuar no poder, mas não conseguiram. Os sócios mostraram a importância do Conselho Deliberativo", comemorou Roberto Frizzo, provável candidato da oposição, relembrando o resultado da consulta realizada em outubro entre os conselheiros. "Quem quiser mandato, que vá para as urnas."
A situação, no entanto, cogita estender a discussão. Aliados do presidente citam uma possível brecha no número de votos necessários e ameaçam entrar na Justiça para realizar uma nova consulta aos associados. Essa medida, no entanto, não agrada a todos do grupo.
"Sou totalmente contrário a isso. Foi um processo democrático, legítimo conforme o estatuto, e totalmente válido para o Palmeiras", rebateu o vice-presidente de futebol Gilberto Cipullo, um dos principais nomes do "Muda Palmeiras", grupo que faz parte da diretoria de Della Monica.
Apontado como nome forte para ser o substituto de Della Monica, já que o atual presidente não poderá concorrer a uma nova reeleição, Cipullo negou que tenha intenção de ser candidato. Salvador Hugo Palaia (diretor financeiro) e José Cyrillo Junior (diretor administrativo) aparecem como nomes fortes da situação para o pleito de janeiro. "É preciso consenso para que não haja divisão e o trabalho tenha continuidade", observou Cipullo.
Cyrillo Junior confirmou que almeja representar a situação nas urnas. "Se houver eleições em janeiro, o que é mais provável porque não existe clima para uma nova tentativa de reforma estatutária, sou sim postulante ao cargo", decretou. Apesar das ambições, o dirigente possui rejeição dentro do seu próprio grupo.
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