O ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior, anunciou que a região amazônica deve ser contemplada com, pelo menos, uma sede na Copa do Mundo de 2014, que será no Brasil. Com isso, as cidades de Rio Branco, Manaus e Belém, postulantes da área, travam uma disputa entre si para garantirem presença no Mundial.
Mesmo com a possibilidade de duas cidades do Norte serem escolhidas, fato defendido pelas três candidatas, cada postulantes tenta exaltar o seu argumento para se garantir na Copa. Dessa forma, sobram ataques aos gastos que serão realizados, aos problemas públicos, e até a suposta falta de envolvimento com o meio ambiente é motivo de críticas.
Exaltar a natureza é uma das principais bandeiras de Rio Branco, no Acre. A cidade, que será visitada nesta quarta-feira, a partir das 17h (horário de Brasília) pela Fifa, possui um estádio chamado Arena da Floresta e se orgulha de ter sua candidatura calcada em um trabalho consciente ambientalmente.
"A principal agenda desse século é ambiental, e o Acre tem uma grande contribuição para isso. Hoje o que é discussão e até marketing em outras cidades, aqui são políticas públicas. Por isso, a contribuição que podemos dar como legado é conciliar a maior audiência do mundo com a agenda ambiental", afirmou Cassiano de Oliveira, secretário de Esportes do Acre.
Manaus, que receberá os inspetores da Fifa na manhã desta quinta, também usa o meio ambiente para exaltar sua candidatura. No caso da capital do Amazonas, no entanto, o argumento é a sua localização em relação à Amazônia, o que, teoricamente, lhe dá um grande apelo turístico.
"A Amazônia é melhor representada por Manaus. Os turistas vão ao Rio de Janeiro, a Foz do Iguaçu e a Manaus, pois somos um dos destinos mais procurados. Por isso, não sei se os [estados] parentes estão tão otimistas e esperançosos, pois alguns estão com problemas públicos de saúde e segurança", disse Marcelo Lima Filho, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico de Manaus.
Alvo das críticas indiretas do representante da capital do Amazonas, Belém se defende dos problemas apontados pela concorrente atacando os gastos previstos em cada candidata do Norte. Apesar de confirmar o valor a ser desembolsado apenas nesta quinta-feira, quando receberá a visita dos inspetores da Fifa, os paraenses esperam investimentos públicos e privados de cerca de R$ 2,3 bilhões, enquanto Rio Branco fala em R$ 3,5 bi e Manaus em R$ 6 bi.
"O custo de um projeto de Manaus é duas vezes maior que o nosso. Lá eles vão ter de derrubar o estádio e construir outro, por exemplo. Rio Branco gastará três vezes mais. Enquanto isso, nosso estádio precisa apenas de 30% de adequação", atacou Simão Bastos, secretário municipal de Esporte, Juventude e Lazer, fazendo confusão com a proporção de gastos de cada cidade do Norte.
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