'Vampeta italiano' diz que atletas se comunicam em português na seleção de futsal

Renan Prates

Em Anápolis (GO) *

Olhe para a montagem acima. Eles são parecidos? Pois é, muita gente acha. O pivô brasileiro naturalizado italiano Jairo dos Santos tinha esse apelido quando morava em Maringá, cidade do Paraná. Seu pai Genivaldo acredita que a alcunha de Vampeta nem é por causa da semelhança, mas sim pelo seu lado bem humorado.

'VAMPETA ITALIANO' EXPLICA APELIDO

“Não é tanto pela semelhança com o Vampeta, mas pelo jeito dele ser com os companheiros. Quando ele jogava na Mafusa começaram a colocar esse apelido nele”, explicou.

Dos Santos contou para o UOL Esporte uma peculiaridade da seleção italiana de futsal, a qual ele defende há sete anos: pelo fato de ter tantos atletas nascidos no Brasil no time, a comunicação em quadra é feita em português.

“Como jogam três brasileiros e um italiano, a gente já vai e orienta em português e o italiano já entende um pouco, por isso fica mais fácil na comunicação prestigiar o português na hora de falar”, explicou.

O assunto 'brasileiros atuando em outro país' como naturalizados rendeu muita polêmica na Copa do Mundo de futsal realizada em 2008 no Brasil. A Itália disputou a competição com todos os seus 14 jogadores nesta condição, fato que gerou reclamação pública do ala/fixo Schumacher na ocasião. Mas a fala do então jogador da seleção brasileira foi repudiada pelo ‘Vampeta italiano’ no papo com a reportagem.

PARAGUAI FAZ ITÁLIA ENFRENTAR BRASIL

Pelo grupo C, o Paraguai venceu a Itália por 2 a 1 com gol no fim e terminou como o líder da chave, encarando a República Checa nas quartas. A Itália enfrentará o Brasil no primeiro clássico do torneio

COM DOIS 'APAGÕES', BRASIL VENCE A LÍBIA

“Sou contra a declaração do Schumacher. Acho que ele foi um pouco infeliz. Nós temos a possibilidade de jogar pela seleção italiana por uma escolha nossa. Ninguém chegou e mandou ser assim”.

Dos Santos vai além: na sua opinião, se não fosse por causa da ‘invasão’ dos brasileiros, o futsal na Itália estaria numa situação pior do que se encontra nos dias atuais.

“No meu pensamento, de muitos jogadores e até dos dirigentes italianos, se não fosse os brasileiros ninguém saberia como seria hoje o futsal da Itália. Graças aos brasileiros o futsal evoluiu muito, assim como os com nacionalidade espanhola, inclusive o Schumacher e o Marquinhos, influenciaram muito o futsal na Espanha”.

* O repórter viajou a convite da organização do evento