Pugilista Jeferson Gonçalo, de 39 anos, que teve a sua morte confirmada pelos médicos nesta quarta
O boxeador brasileiro Jefferson Gonçalo teve confirmada sua morte na tarde desta quarta-feira pelos médicos do Hospital Samaritano de Sorocaba, no interior de São Paulo. A família do lutador já anunciou que vai doar os órgãos do atleta.
Ainda nesta quarta, um dia depois de ter sido tirado do coma induzido, o boxeador teve apontada sua morte cerebral. A família recebeu a notícia dos médicos na noite da última terça, mas ainda esperava por um novo exame após o lutador reagir. Durante o dia, os médicos ainda submeteram o atleta a mais exames, mas Gonçalo não respondeu.
Gonçalo, 39 de anos, estava internado desde a madrugada do último domingo, sendo submetido a cirurgia de emergência com lesão no cérebro. Poucas horas, ele havia perdido uma luta para o compatriota Ismael Bueno.
De acordo com o site da Liga Paulista de Boxe Profissional, a decisão da família foi permitir a doação de todos os órgãos para transplantes a pacientes espalhados pelo país.
“Era um desejo que ele nos confidenciou havia muito tempo e também comunicado aos familiares mais próximos”, disse o jornalista e presidente da Liga de Boxe, Reinaldo Carrera.
Por causa do bom estado físico do atleta, os médicos pretendem utilizar para doação órgãos importantes como coração, pulmão e fígado, além de rins, córneas e até mesmo a pele. “Faremos todo o que for possível para deixarmos um legado em nome dele”, afirmou Natal Gonçalo Neto, irmão mais velho do pugilista.
Gonçalo participou da “3ª Noite Saltense de Luta” no último sábado, quando enfrentou Ismael Bueno, em luta prevista para seis assaltos. Na volta para o quinto round, Gonçalo deu sinais de cansaço. Em 29 segundos, ele foi à lona sem receber golpes mais duros. Atendido pela equipe médica, o boxeador se queixou de fortes dores e chegou a dizer que “o cérebro parecia querer inchar”. Gonçalo deixou o ginásio municipal de Salto e, em uma ambulância foi levado para Sorocaba. Uma tomografia computadorizada revelou a ruptura de um vaso na região do pescoço. Na cirurgia, foi retirada uma parte do cérebro do atleta. |
Ainda não há definição sobre data e hora do sepultamento.
Gonçalo queria ser promotor
Aos 39 anos, sendo mais de três décadas ligadas aos esportes de contato, Gonçalo planejava encerrar a carreira em breve para se transformar em promotor de eventos.
Para isso, ele abriu uma empresa, a “Jeca Boxe”, nome que ele achava engraçado e que fazia uma alusão ao seu apelido. A ideia inicial era organizar lutas nas quais o próprio Gonçalo seria a estrela, mas o objetivo era transformar os alunos da Academia Alfa, no município de Salto, em futuros campeões.
Em fevereiro, Gonçalo organizou a primeira luta, quando enfrentou Valdevan “Baiano” Pereira. Em maio, ele conquistou o título interino AMB Fedebol supermeio-médio (69,8k) ao vencer o compatriota “Jack” Welson de Oliveira por nocaute técnico no último assalto.
A “3ª Noite Saltense de Luta”, disputada no último sábado, dia do trágico incidente, também tinha sido organizada por Gonçalo.
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