![]() Austríaco Markus Rogan bateu o recorde do Troféu Maria Lenk nos 200m costas |
Nem Cesar Cielo, nem Tiago Pereira, nem mesmo um nadador brasileiro. O primeiro recorde quebrado no Troféu Maria Lenk 2010 foi batido por um austríaco, apenas no segundo dia da competição. Markus Rogan, que nada pelo Minas Tênis, venceu a final dos 200m costas com 1min58s21.
CIELO SE ASSUSTA E VAI À FINAL
Sem precisar fazer muita força, o campeão olímpico Cesar Cielo segue brilhando no Troféu Maria Lenk, disputado em Santos até domingo. Nesta terça-feira, ele fez o segundo melhor tempo das semifinais dos 50m livre, com 22s55. Quem brilhou mais na primeira etapa das finais da competição, porém, foi Tales Cerdeira.
Se na segunda-feira, o que atrapalhou o tempo de Cielo foram as dores nas costas, dessa vez foi a arbitragem. "Ficamos muito tempo em cima do bloco. Eu achei que o juiz iria pedir para a gente descer, mas ele liberou a largada. Eu estava desconcentrado e acabei demorando para sair", disse o campeão olímpico.
Com o tempo, superou o recorde do campeonato (1min58s82), que era de Lucas Salatta desde 2008. O tempo de Rogan é o quinto do mundo em 2010 – o melhor é o japonês Ryosuke Irie, com 1min55s11. O feito impressiona porque a maioria dos tempos de finais em Santos, até agora, são bem piores do que os do ano passado, na mesma competição e no mesmo período.
Tales Cerdeira, que marcou o quinto tempo do mundo em 2010 nos 200m peito, por exemplo, venceu com 2min10s91. Mesmo estando entre os melhores do planeta na prova na temporada, foi dois segundos mais lento que a marca de Henrique Barbosa (2min08s44) no ano passado.
Na prova feminina dos 200m costas, outro exemplo: Fernanda Alvarenga confirmou o favoritismo e venceu com 2min17s23 – no ano passado, ela fez 2min12s32. Em outra prova feminina, os 200m peito, outra amostra dessa diferença: Michelle Schmidt venceu com 2min37s32 e o recorde do torneio era de 2min27s42, de Carolina Mussi, obtido no ano passado.
Os resultados mostram como os supermaiôs influenciavam nos tempos obtidos em 2009 – desde 1º de janeiro, os trajes tecnológicos foram proibidos. Além disso, a piscina da Unisanta não é considerada a ideal para marcar grandes tempos. O próprio Rogan falou disso.
“É um desafio fazer a competição aqui. Mas o que os nadadores estão mostrando é que podem ser muito rápidos em condições adequadas”, afirma o nadador, que também mostrou surpresa com o formato da competição, com eliminatórias à tarde, finais pela manhã. “É um formato interessante, com as noites lentas e as manhãs rápidas”.
A presença de Rogan no Brasil é, ainda, fruto da parceria entre Thiago Pereira e o clube mineiro – a competição é última antes de sua transferência para o Corinthians. O nadador brasileiro, recordista de medalhas do país em Jogos Pan-Americanos, está nadando nos EUA desde o ano passado. Lá treina ao lado de Rogan no Trojans, o clube de natação da USC (University of South California) – onde o brasileiro está estudando.
“Ele veio graças ao contato do Thiago. Quando fizemos a análise do ano passado, percebemos que foi nas provas de costas que o Pinheiros levou vantagem e trouxemos o Rogan justamente para tirar essa diferença”, explica Fernando Vanzella, técnico do Minas.
Por pouco, os mineiros não contaram com outra estrela internacional: o tunisiano Oussama Mellouli, campeão olímpico dos 1500m, estava inscrito para a competição. Um dos melhores amigos de Pereira nos EUA, ele sofreu uma contusão e teve de abrir mão do convite. “Ele teve uma lesão no ombro e os médicos o proibiram de nadar”, diz Vanzella.
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