23/09/2010 - 10h23

Kaio Márcio adota postura minimalista e vai ao Mundial após descanso

Bernardo Feital

No Rio de Janeiro

Kaio Márcio conquista ouro nos 100 m borboleta do Troféu José Finkel e garante uma vaga no Mundial

Kaio Márcio provou que, algumas vezes, menos é mais na natação. Na etapa brasileira da Copa do Mundo de piscina curta, o nadador adotou uma postura minimalista. Competiu o menos possível e ficou afastado de suas especialidades, as provas de borboleta. Queria chegar descansado ao Troféu José Finkel, nesta semana, pronto para conseguir a classificação para o Mundial de piscina curta de Dubai, em dezembro. Dito e feito.

Nesta quinta-feira, na final dos 100m borboleta, ele conseguiu o índice para a prova. O atleta do Fluminense conquistou o ouro do José Finkel com o tempo de 51s03 e confirmou presença no campeonato mundial. Agora, só espera pelos 200m borboleta, que tem final na sexta-feira, para completar seu programa nos Emirados Árabes.

Gabriel Mangabeira, entretanto, não conseguiu ter o mesmo ritmo mostrado por Kaio na piscina e não atingiu o índice nos 100m borboleta. “Tinha a pressão para fazer tudo certo. Graças a Deus, a estretégia foi boa. Agora vou treinar bastante, para dar tudo certo em Dubai”, comentou Kaio Márcio, logo após deixar a piscina, em entrevista ao canal SporTV.

FINAL DOS 100M PEITO

A prova final desta quinta-feira nos 100m peito do Troféu José Finkel foi decisiva para a definição dos dois atletas brasileiros classificados para o Mundial de piscina curta, a ser realizado em dezembro em Dubai, Emirados Árabes. Felipe França e Henrique Barbosa foram bem para garantir vaga nesta prova. Tales Cerdeira não acompanhou os rivais e está fora da competição.

França dominou com tranquilidade e não teve problemas para garantir a medalha de ouro e o seu lugar no campeonato mundial, com o tempo de 56s79. A marca corresponde ao novo recorde do campeonato.

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Para a prova mais longa, o tempo não deve ser um desafio. Seu tempo do ano passsado, 1min49s11, ainda é recorde mundial da distância. “Optei por não entrar em competições de minha especialidade (na Copa do Mundo do Rio, há uma semana) para dar uma descansada. Poupei, pois vinha de uma sequência muito forte. Foi o Pan Pacífico e o Mundial Militar, um depois do outro, e isso desgasta muito. Melhor foi descansar, para vir forte e conseguir a vaga para Dubai”, analisou.

Em final de temporada, o paraíbano ficou satisfeito com sua atuação no ano. Ele foi o quinto colocado no Pan-Pacífico, nos EUA, nos 200m borboleta, mas foi o destaque brasileiro no mundial militar. Sargento graças a um programa do exército brasileiro (adotado para os Jogos Militares de 2011), ele foi campeão mundial dos 100m e 200m borboleta.

Apesar do esforço para ir a Dubai, o paraibano admite que o foco não será em competições de piscina longa. “Estou melhorando meus movimentos, para tentar buscar tempos melhores. Agora, tudo se volta para o Mundial de Xangai (em piscina olímpica), no ano que vem. Temos de trabalhar para conseguir chegar bem lá. Não podemos dar margem ao erro”, avisou.

Sobre seu planejamento de treinamentos, o nadador seguirá treinando no Fluminense, mas deve fazer períodos no exterior. “Minha rotina será aqui no Fluminense. Treinarei por aqui e não penso em ir para outro lugar. Claro que, em vésperas de grandes competições, podem acontecer de viajarmos por algumas semanas, para buscar algo diferenciado”, completou.

100 m borboleta feminino

Gabriella Silva (Pinheiros) conquistou a primeira colocação, com 57s97, novo recorde do campeonato. Ela já tinha índice para o Mundial, apenas se poupou nas eliminatórias e confirmou a medalha de ouro na decisão.

“Estou bem cansada, o corpo está no limite e nadar na casa dos 57 segundos foi importante. Poderia ter forçado, mas gostei pela fase de treinamento que me encontro. Estou feliz e confiante”, completou Gabriella, à frente de Kimberly Vanderberg (58s96) e Daiene Dias (59s32).